Luiz Ceara

O esporte é também homossexual.

Luiz Ceará

Deu no UOL Esporte:
Após polêmica na Superliga, Michael diz que ajudou a inibir homofobia no esporte

Romário disse:” Sou pô. Eu sou a favor da felicidade. Cada um dá o que é seu e f… -se os outros”. Ele estava falando sobre casamento gay.
Pode?
Só pode, e deve. É assim que a gente espanta o fantasma.
Quando eu tinha 14 anos comecei a tocar bateria. Fui profissional durante 12 anos de minha vida. Doze anos de bailes e noite. Eu era da noite. Saia de casa 4 da tarde e ia ensaiar. Até meia noite e pouco, depois era a noite. Chegava ao Bar da Lingüiça em Campinas às seis da manhã, comia e depois ia dormir. Até 3 da tarde. Era assim mesmo.
Na noite tem de tudo. Aprendi muito cedo a respeitar a orientação sexual de cada um. Toquei com muitos homossexuais, homens e mulheres. Continuo amigo apertado de todos eles.
Nunca tive uma relação mais íntima com homossexuais, mas estar perto e trabalhar junto me ensinou a respeitar mais a vida e a escolha das pessoas.
Virei jornalista e nada mudou. Temos muito companheiros maravilhosos que fizeram sua escolha. São gays. Uns assumidos outros nem tanto.
Na medicina é igual, advocacia também e por aí a fora.
No esporte seria diferente? É. Por quê? Porque sempre vai haver quem goste de brincar com a escolha do outro. E desrespeitar. Tentar humilhar. No esporte o sério vira gozação. Ainda é da atitude do torcedor e de muitos dirigentes também. Gente despreparada.
Conseguem mudar alguma coisa, os desavisados, ignorantes e muitas vezes mal amados? Não, não vão mudar. Estão mal informados. O mundo mudou, as pessoas estão crescendo por dentro.
Homossexualismo no esporte não é novidade, e não vaia acabar. O craque da bola seja do futebol, do tênis, basquete ou do vôlei, como Michael, do Vôlei Futuro vão continuar jogando, cada vez mais respeitados e amados.
É assim que vai ser. Há dúvida?