Luiz Ceara

Ponte x Guarani, o derby manchado de sangue.

Luiz Ceará

Quinta-feira passada Ponte Preta e Guarani jogaram duas vezes à tarde. Dois derbys das categorias de base no Estádio Brinco de Ouro. A Ponte Preta venceu os dois jogos por 2 a 1. Algum problema?Sim e não.

Não porque ganhar ou perdeu faz parte do jogo de futebol. Jogar bola traz muita felicidade a quem joga.

Sim, porque o futebol já não faz o torcedor se sentir bem. Muita coisa mudou nestes anos tristes. O que era expectativa e um frizonho na barriga virou ódio e vergonha. Peder não é mais do jogo. É vergonha.

Depois dos derbinhos dos meninos, alguns torcedores das duas torcidas mostraram do que é capaz a capacidade de odiar. Brigaram numa guerra marcada pela internet. Anderson Ferreira microempresário de 28 anos era diretor financeiro da Fúria Independente e foi agredido na batalha da Av. Ayrton Senna pelos torcedores da Torcida Jovem da Ponte. Teve politraumatismo craniano – traumas na cabeça- e muitos hematomas no abdômen. Morreu ontem e foi enterrado hoje pela manhã.

A morte manchou o derby campineiro de sangue. A Policia Militar quer o jogo na cidade e dá garantias. Os treinadores divergem. Vadão técnico do Guarani quer o jogo em outra cidade e Gilson Kleina da Ponte Preta disse que nas estradas poderá acontecer mais violência que no campo ou no entorno dele.

O que fica no ar é a sensação de impunidade, de descaso, a morte estúpida do torcedor, a agressão cruel, a falta total de segurança para quem gostaria de assistir ao Derby no estádio.

Isso não é futebol.

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