Luiz Ceara

Salve Jorge, e viva Jorge.

Luiz Ceará

Hoje é dia de Jorge. Da nação dos protegidos do Santo Guerreiro da Capadócia. Dia de Ogun.

Jorge que é protetor das cavalarias e dos bombeiros, protetor dos fracos e dos oprimidos, Hobin Hood dos morros, rei da malandragem.
Este post é uma homenagem aos homens de coragem, massagistas e roupeiros. Cansei de entrar em vestiários e ver uma vela acesa para na frente da estátua de Jorge ao lado da Mãe de Jesus. Eles oram pelos jogadores. Para que nada aconteça nos gramados. Nenhuma contusão.

Oram pela vitória. E o Santo sabe a hora de cada um.

Ele é o protetor dos caminhoneiros nas estradas, abrindo caminhos contra os ventos, as chuvas, as tempestades e contra o maior inimigo deles, a velocidade e o sono. Salve Jorge.

Mais e mais vi por estes 35 anos de jornalismo esportivo, jogadores e treinadores abraçados à estatua de Jorge o Santo Guerreiro.” Me protege pai”, eles dizem. “Me guia nos campos de futebol e me protege as pernas. Eu vivo delas, pai”. Existe uma legião de seguidores desta fé que move montanhas. Dezenas de treinadores tem sua estátua bem pequena agarrada à mão dentro do bolso. Um deles me deu a dele porque sabia que sou um filho do Santo Guerreiro. Obrigado amigo e Salve Jorge.

Jorge morreu pelo Cristo e virou lenda. Na guerra de 45, quando a Unidade Panzer foi derrotada no deserto da África, sobraram pedaços de ferro dos tanques de guerra. Negros africanos usaram para fazer ferramentas do assentamento sagrado Igba Ogun da linha do Candomblé.

São Jorge no Candomblé é Ogun. É a crença popular, feriado no Rio de Janeiro. Hoje é dia de Jorge, de ele passear no se cavalo branco pelo mundo pra ver como é que tá. De armadura e capa, espada forjada em ouro. Gesto nobre, olhar sereno. De cavaleiro, guerreiro justiceiro. Com sua sabedoria e coragem mostrou que com uma rosa e o cantar de um passarinho, nunca neste mundo se está sozinho. Salve Jorge.

No meu coração e na minha mente ele é meu pai, protetor da minha vida e do meu destino. Salve Jorge. Ogun yê.

 

Uso, sem autorização, pedaços dos versos de Jorge Benjor. Como ele também é filho de Jroge, fica minha homenagem a quem tão bem se referiu ao nosso pai.

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