Luiz Ceara

Carlos Alberto Torres, PC Cajú, Mazaropi e Adílio. Uma aula de vida e bola, de quando se jogava bola

Luiz Ceará

Ontem fui ao Rio de Janeiro para um evento do Banco Santander. Fizemos um bate papo sobre futebol e a vida de cada um, os rumos dela. Participaram Carlos Alberto Torres, o capitão de 70, Paulo Cezar Caju meu velho e querido amigo, o goleiro Mazaropi, ídolo e campeão do Mundo com o Grêmio e um jogador como não existe mais hoje: simplesmente Adílio,do tripé de meio campo do maior time do Mengão com Zico e Andrade. Na platéia, empresários, muitos deles me comunicando que acessam o Blog o que me deixou imensamente feliz. No entanto, em conversa fiquei impressionado a força dos Blogs do UOL.

Em certo momento, olhei pra cara do “capita” e disparei. Como foi que você virou capitão de time de futebol com 22 anos? E do Santos de Pelé e Cia?

Resposta de Carlos Alberto Torres – “ O Santos ia excursionar e ficou acertado que Pelé iria ganhar 10 mil dólares por jogo. Justo pra ele, na época uma fortuna. Mas nós, os jogadores iríamos ter nosso bicho que era de 500 dólares diminuído em 250. Iríamos ganhar a metade para o Pelé ganhar mais.

Os jogadores se revoltaram e decidimos não entrar em campo. Fui escolhido para comunicar ao presidente do Santos. Por ser mais novo ele poderia ficar sensibilizado.

Não ficou e me deu o maior esporro. E avisou que iria ao vestiário cobrar uma atitude dos jogadores. Desceu e na frente de todos perguntou; – Quem não vai viajar, quem não vai entar em campo? Eu, esperando estar com a maioria levantei a mão. Sozinho. O presidente me olhou e me chamou para nova conversa na sala dele. Tremenda gelada, eu pensei. Vou ser demitido. Como pude entrar nessa?

Na sala ele me falou: – Me dá a mão aqui Carlos Alberto. Pela sua coragem, de hoje em diante você é o capitão do Santos. E mais, vai receber o bicho inteiro, os 500 dólares. Mas não conta para os outros. Só você vai receber.

Recebi sempre a mais e nunca contei a ninguém.”

Teve empresário que chegou a cair da cadeira de tanto rir. São as histórias da vida da bola, digo, de quando se jogava bola redonda.