Luiz Ceara

Adriano pede socorro.

Luiz Ceará

Quando Adriano chegou em São Paulo era grande a expectativa com relação à sua permanência no clube por conta de seu comportamento inadequado como pessoa comum em relação a seu desempenho como atleta de alto nível.
Ele vinha de uma situação difícil na Roma.
Eu não julgo Adriano e nem tenho tanta informação de bastidor para uma análise mais profunda. Quero questionar aqui a diretoria do Corinthians e sua comissão técnica.
Ele se contundiu seriamente no inicio dos treinamentos e também por isso não jogou no ano passado tudo o que poderia ter jogado.
Tirando todos esses pontos, vamos à conta final.
Adriano já lutou muito e luta ainda contra o fato de não se conter com relação ao uso de álcool. Não tem ajuda profissional para controlar o vicio e nem espiritual. Bebe e faz questão de não esconder isso. É a vida privada. Então aí você soma as baladas, a falta ao tratamento da lesão e aos treinos, como aconteceu nesta semana. Sobra o que?E com um agravante: ele iria ser utilizado no jogo de hoje. Era presença certa.
Mas a impressão que dá, é que ele não faz muita questão de participar. Deixa isso claro não no que diz, mas na sua forma de agir. Não dá para esconder seu descaso com sua condição de atleta. Não adianta pedir tanta desculpa, porque isso só mostra mais claramente sua fragilidade como ser humano que é. Uma pessoa frágil e debilitada.
Adriano pode vir a ser o jogador que um dia foi, mas está muito longe disso neste momento. Não está perto como dizem a comissão técnica e os dirigentes do Corinthians. O tamanho do buraco na contratação do jogador nem é o prejuízo financeiro, porque ele se paga com o tempo. O rombo é moral. Nem Andrés o presidente que o contratou, nem Ronaldo que fez de tudo para que ele fosse contratado, nem os jogadores do elenco que sempre afirmam que ele é um grande companheiro e nem a comissão técnica que sempre passou a mão na cabeça do desajustado jogador tiveram coragem até agora para dar um basta nessa situação.
Isso é o mais grave e escancara a fragilidade da instituição futebol. O tamanho da mamata. Adriano, se o futebol fosse algo em que se confiar, mesmo sendo o craque que é, deveria ser mandado embora nas bases da lei. Em qualquer empresa séria seria demitido pelo seu comportamento irresponsável. Ou estaria sendo mandado a um tratamento psicológico. Mas no futebol não se age assim.
O futebol é feito de paternalismo e falta de responsabilidade. Adriano é usuário de álcool confesso e por isso tem que ser tratado. Ele,quando falta,é porque não tem mais a responsabilidade profissional de uma pessoa comum. Ele não é comum. O que acontece na vida particular do jogador o leva a ser o irresponsável que é. Quero deixar claro que não estou julgando, mas esclarecendo meu ponto de vista que é a tristeza de ver um cara tão exposto ao ridículo. Um atleta abandonado pelo sistema. Não adianta multar e deixá-lo de fora de uma coisa que ele mesmo não acredita mais. A aposta não deu certo até aqui. Ele não resolveu dentro de campo e fora dele não trouxe nenhum patrocinador. Não ajudou.Precisa alguém ter a coragem de dizer: Adriano, você tem que parar e se tratar.
O resto é balela e jogo de esconder. Próprio do futebol.

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