A cabeça dos nossos meninos.
Luiz Ceará
Outro dia fiz uma entrevista exclusiva com Luis Fabiano. Foi para um programa da Band/ Campinas, o Band Bola, que eu apresento. É uma opção para os Domingos pela manhã. Dez horas o cara liga na Band e assiste uma entrevista diferente. São esportistas, ou gente ligada ao esporte de alguma maneira. E o papo não é outra coisa senão uma conversa fiada. Bom né? Conversa de bar, melhor, de boteco. Gosto disso e meu querido amigo Rodrigo Neves, comandante da Band/ Campinas está me dando a chance de entrevistar. Gosto de entrevistar, saber e contar causos.
Falei trinta minutos com o Fabiano, que é como é conhecido aqui na cidade natal dele. A bem da verdade foi a primeira entrevista exclusiva que ele deu quando chegou. Pronto.
Ele teve muitos problemas de adaptação na Europa. Chegou a voltar para o Brasil. É difícil para algumas pessoas essa coisa de morar fora.
Adriano foi pra Europa garoto, 17 anos se não estou enganado. Ficou rico lá fora e se perdeu no meio do caminho. Não encontrou mais o rumo. Não estava preparado. Muitos não estão. Ele não é culpado do que está passando. Um bom tratamento psicológico e espiritual e ele volta para a terra. Não vive aqui, vive um sonho e ao mesmo tempo um pesadelo. Uma pena.
Mario Fernandes precisa também de ajuda. Isso já está mais do que claro. Penso que mesmo não tendo dito com todas as palavras, o fato de ter que ficar sobre uma cadeira fazendo discurso para os veteranos na Seleção foi a gota d’agua. A coisa era antiga na cabeça dele. O discurso foi o fator do derrame da água.
Breno tem técnica para ser meia, um Zenon, segundo volante. Virou zagueiro. Queria jogar mais na frente. Não deu ele não agüentou. Ficou guardado dentro. Machucou. O fato de morar fora tão novo e rico piorou. Pira quem não está preparado. A justiça acredita que ele usa álcool.
Temos muitos desses nossos atletas em situação semelhante. Muita coisa vai começar a estourar. É só esperar para ver. Um fator de risco para nosso futebol lá fora é o famoso “encantador de meninos”. O procurador, figura patética no geral, mas com exceções. Eles querem o maximo de quem somente pode dar um pouco de cada vez.
Na procura da excelência, a gente perde a oportunidade de fazer o bom.