A Copa São Paulo de Eli Coimbra…de Almeida.
Luiz Ceará
Só tenho boas lembranças desse palhação. Cara de boa gente, um baita boa gente. Marcão, o verdadeiro Santo, já era. Não cata mais debaixo dos três paus. É isso aí, debaixo dos três paus. Pior pra eles. Péssimo pra nós. Mas eu não quero ainda falar disso. Falo quando estiver menos triste.
Meu assunto neste momento é a Copa São Paulo da Molecada… de Almeida, como diria meu guru Eli Coimbra. Ele sabia como “olhar” um futuro craque ou um perna de pau precoce. Olhava e definia. “Esse é o cara que vai vingar”.
Sinto muita saudade do Eli, um confidente, meu padre preferido das minhas confissões mais inconfessáveis.
Eli diria que essa Copa, assim recheada de meninos de todo o país, longe de ser inaceitável, ou inchada, ou inviável territorialmente, como tenho visto e tenho lido nos jornais e internet, é mágica. Tem gente metendo o pau porque são mais de nem sei quantos clubes disputando a Copinha. Um exagero que deixaria Eli mais que entusiasmado. Feliz.
Vi esta semana na TV uma reportagem sobre a viagem dos meninos de Ji-Paraná, a segunda cidade mais populosa do estado de Rondônia. Vi o amor pela bola no brilho dos olhos dos meninos. A ansiedade pela viagem de dois dias de ônibus. Emocionei-me ao ver o estádio e o campo onde eles buscam num calor de mais de 30 graus, todos os dias, o sonho de jogar futebol profissionalmente. O menino mirradinho de um metro e sessenta disse que os atletas dos outros times daqui também são de carne e osso, igual eles. Que aposta na vida. O Ji-Panará é o espírito da Copa São Paulo. Puro, sem manchas, sem a sombra dos empresários carniceiros, sem nada a não ser a busca do sonho.
A Copa seria melhor sem o Ji-Paraná? Quem me prova isso? Quem se arrisca a tirar de um menino de Rondônia a vontade de ser? No mundo, ser é mais que ter. A Copa São Paulo é ser. Virou ter, mas é ser. Ser… de Almeida. Ou não Eli?