Nada é mais falso que o mundo da bola.
Luiz Ceará
É engraçado como a vida no futebol tem sua uma trilha distinta de tudo que eu conheço. É tudo sempre igual, não há novidades no mundo da bola. Estou por aqui tem 35 anos e não há nada de novo. A seleção de 70 era o maior time do planeta. Assombrou. O Santos de Pelé era mágico. Vencer o Boca na Bombonera… nem sonhar!
E o Barcelona de hoje tornou-se algo inimaginável no mundo da bola. Não da para imitar, porque não se tem jogadores á altura.
E nos bastidores então, chega a ser entediante.
De novo, apenas a manada de procuradores. A montanha de celulares que os jogadores usam e os milhares de puxa-sacos de plantão, que parecem mais piranhas no boi que desgarrou da boiada.
O resto é igual. Quem conheceu Garrincha como eu, sabia o que ia acontecer com aquele cara sincero, criança, mas viciado em álcool. A ultima vez que o vi, ele não conseguiu dar entrevista. Uma lástima. Jorge Mendonça tinha a magia nos pés e a bondade no coração. Estive com ele um mês antes dele morrer. Tremia numa cama, magro e sem nenhum pingo de saúde em que pudesse se segurar. Álcool.
Sócrates foi o que foi. E se foi deixando copos vazios e nenhuma responsabilidade com a própria saúde.Nem a espiritualidade que estava seu lado conseguiu salvá-lo da partida.
Hoje vejo Adriano e sinto a mesma sensação. Moço bom de coração, amigo dos amigos da hora, do momento, da infância. Chega ao clube e sente que está tendo o carinho e a compreensão dos companheiros. Pura falsidade. Ninguém em sã consciência gosta de um cara que não treina bem, que tem preguiça, que joga sua saúde fora nas noites de baladas regadas a álcool e não sei mais o que. Ninguém que é profissional gosta do mau companheiro de trabalho. Que ganha, mas não trabalha, que sorri, mas que não ajuda e cujas promessas são palavras ao vento. Um irresponsável. Não quero, mas sinto que Adriano vai seguir o caminho das trevas do futebol. Aquele túnel escuro, sem uma luz lá no fundo.
Ontem em campo contra a Portuguesa, o Corinthians sentiu isso.