O sombrio Ricardo Teixeira come no prato que cuspiu.
Luiz Ceará
A vida é maravilhosa. O dia a dia, quando você ''presta atenção no serviço'' mostra quem são verdadeiramente as pessoas e o que realmente elas querem.
Ricardo Teixeira sentiu que a vida que levava não era boa. Não fazia sucesso na profissão que exercia. Viu o sogro Havelange se encher de grana com o futebol e sentiu que queria uma vaga na carroça. Montou no cavalo da frente da dita carroça e começou a dirigir por conta própria. A carroça.
Se encheu de grana como o sogro. Fez mais. Seus filhos levam o sobrenome do sogro depois do dele, para continuar a família Havelange. Gesto nobre, olhar matreiro.
Ficou anos no poder, levou processos, fez acordos com o diabo e com políticos o que dá na mesma. Fez acordos com presidentes de Federações Estaduais de Futebol por este país afora, o que dá no mesmo que fazer acerto com o diabo. Olha ele aí de novo.
E quem faz acordo com o diabo tem que pagar. A hora chegou e ele está comendo no prato que cuspiu. Ninguém o quer mais ao lado. Lula, antes sorridente não fica na mesma sala. Deputados não atendem seus telefonemas e a Presidente Dilma, quando tem que encontrá-lo, faz figa, reza pai nosso, coloca colar de alho e usa cinto de prata.
Hoje em dia ela não quer nem mesmo vê-lo.
Ricardo Teixeira está só. Seus parceiros de Federações, alguns deles querem seu lugar, como ele quis o do sogro. O que está acontecendo, o motim que os jornais falam, é isso. Desejo insaciável de poder, corrida do ouro. Visto de cima, um amontoado de espíritos sofredores.
Ricardo vai cair? Vai renunciar?
Eu duvido. É jogo de truco, e ele está blefando. Matreiro, joga no escuro. Está acostumado a mãos sedosas, a cumprimentos em que ninguém pega na mão com firmeza, como homem. Ele conhece o caminho das sombras.
O jogo está sendo jogado. Vamos ver depois que o juiz apitar. Só depois sai o resultado.