Luiz Ceara

Arquivo : março 2012

Hoje não é o dia dos repórteres cinematográficos, mas poderia ser.
Comentários Comente

Luiz Ceará

Hoje é sexta-feira, dia de tomar uma com Maurício da Brumas, meu chapa e amigo de fé. E amanhã eu faço uma palestra para 600 funcionários da Itaipava em Indaiatuba. Vou falar sobre equipe, trabalho de equipe se me entende o amigo do Blog.

Qualquer repórter de TV que se preze sabe que não faz nada sozinho. Ele aparece na tela, fala o que interessa ou o que quer. Você aí em casa observa, aprende com as informações, mas fica também indignado com as coisas que não gostou. Opiniões em geral.

Atrás do repórter tem um outro repórter, o cinematográfico, que chamamos erradamente de câmera e um assistente. Eu trabalhei com feras sempre. Tive sorte. Comecei com Reinaldo Cabrera, meu mestre, na TV Globo. A primeira vez que saí com ele e seus um metro e sessenta de altura, fomos ao Ibirapuera fazer uma matéria com a Seleção de Basquete masculino. Eu, tremendo, caipira de Campinas não acreditava no que estava vendo. Ele chegou, câmera de filme no ombro, e chamou Ubiratan, o Bira, uma lenda do basquete, e disse com sua voz meio rouca: “Bira, vem falar aqui com o caipira”. Bira veio e eu aprendi que teria que respeitar esses caras experientes, e que teria que ter a intimidade profissional com os atletas, sem a qual eles passam batidos, não te atendem.

Cabreira, Ivanzinho, que até hoje trabalha na Band, Quincas com quem eu fiz minha primeira reportagem para o Jornal Nacional, Marcelão, Rocha, Rógero Antonio e meu compadre querido Javier Malavasi me ensinaram a ser humilde e homem nas ruas. E tem o Môsca e o Bartolomeu Clemente, que eu vi chegarem de Recife para se tornarem lendas na Globo.

Adauto Nascimento e Ivanzinho me ensinaram a ser malandro e a enxergar através das imagens.

E nos últimos dois anos trabalhei com uma dupla de verdade. Antonio Batista, o Babá, o melhor de todos assistentes de TV e meu amigo, e o repórter cinematográfico Alexandre Ribeiro, o Cabeça, que sabia pra onde eu ia virar, com quem eu ia falar e adivinhava meus pensamentos.Fora do ar, somos, ainda, amigos de verdade. Ao final do trabalho, todos os dias eu agradecia os dois pelo esforço e pela dedicação.

Eu chamo isso de equipe de televisão. É sobre esse amor ao trabalho, dedicação e respeito que eu vou falar amanhã para os funcionários da cervejaria.

Este post é também para eu me lembrar de quem me ensinou a trabalhar. Uma homenagem sincera aos meus professores da rua, o melhor lugar para um repórter viver sua vida profissional. Estou fora da TV, e preciso me exercitar. Por isso escrevo sobre meu trabalho também, pra não esquecer de onde vim.

Isso se chama equipe.

Tags : TV


O macaco tá certo.
Comentários Comente

Luiz Ceará

Etenildo
40 minutos atrás
Quem deveria ter ficado ofendido era o macaco, ao ser comparado com um ser humano. Nuca vi macacos praticando genocídios, poluindo o meio ambiente etc.

Resposta

Etenildo meu amigo, você matou a pau. Quem deveria ter ficado ofendido era o macaco.

Pelo número de comentários do post deste repórter sobre um assunto de tal interesse, eu acredito mesmo que ele tem pouco interesse pras pessoas. Uma pena, não deveria ser assim.

A notícia do chinês no timão, o Zizão, que não vai jogar que não vai ser titular e que vai ficar treinando até cansar – e como é difícil cansar um chinês num treino – foi muito mais interessante para os leitores de Blog.

Fico com o comentário do Etenildo, embora eu saiba que a equipe do Vivo/Minas já se pronunciou repudiando a ação da torcedora.

Ela,a torcedora, deveria aparecer para se explicar, embora eu acredite mais no macaco. Uma pena.

Tags : Racismo


Racismo no vôlei mostra apenas pobreza da alma.
Comentários Comente

Luiz Ceará

Esta notícia eu li esta manhã aqui no UOL.

O clássico mineiro entre Vivo/Minas e Sada Cruzeiro, pela Superliga masculina, nesta quarta-feira, ficou marcado por um incidente ocorrido fora de quadra. O oposto Wallace Souza, do Cruzeiro, foi vítima de um ato racista durante o segundo set da emocionante partida, que acabou vencida pelo Minas por 3 sets a 2 (20-25, 25-27, 25-23, 25-19 e 15-12). Uma torcedora, após um ponto do atleta, gritou “Wallace, seu macaco, volta para o zoológico”. Depois, a palavra “macaco” foi ouvida outras vezes por quem estava na quadra.

É inacreditável que uma pessoa saia de sua casa ou do trabalho pra fazer isso aí de cima. Praticar um ato velho, carcomido. Racismo. A mulher em questão, fez isso com um jogador por quem ela mesma vai torcer, porque ele tem sido convocado para seleção nacional.

Não tem nexo, nem explicação no mundo de hoje. É a mais pura crueldade e violência. Cheira mofo, coisa antiga. E pobreza da alma.

A torcedora em questão não é a única culpada. Evidente que ela é ignorante, mas as outras pessoas que também repetiram a palavra “macaco” depois, que me perdoem. Estão num atraso mental de dar pena.

Sei que nada vai acontecer para elas, e por isso mesmo tenho muita pena. São serem humanos menores em espírito. Atrasados, e por isso mesmo merecedores apenas de oração, e do perdão do Wallace, este sim, abençoado por Jesus por ser um atleta de ponta, e pronto para dar bons exemplos para nossa geração de meninos.

Tenha força e exerça o perdão. Isso vai comprovar realmente a sua superioridade.

Tags : Vôlei