Luiz Ceara

Arquivo : julho 2012

A vez de Ney Franco, o cara certo na hora certa.
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Luiz Ceará

Diz o ditado popular que quer muito fica sem. Mano Menezes cresceu o olho no trabalho dos meninos do Ney Franco e vai dirigir o time Olímpico. Isso não sai da minha cabeça porque foi Ney Franco quem treinou o time e classificou a seleção para a Olimpíada. Agora o Mano vai dirigir o time Olímpico em Londres. É justo?

 

 

Eu disse isso que está acima dia 9 de Maio deste ano. Eu estava sentindo cheiro de queimado.

 

Aconteceu. Na Folha de S. Paulo de hoje, caderno de Esporte, pagina D7, tem a matéria escrita por Bernardo Itri e Martín Fernandez. Ela explica que Andrés Sanches, o coordenador das categorias de base da CBF ficou irritado com a contratação pelo São Paulo do treinador Ney Franco, que respondia pelos times de base da casa.

 

O que está escrito aqui no Blog desde o dia 9 de Maio encaminha para este final.

 

Feliz para um cara competente ao extremo, Ney Franco. O cara certo na hora certa para o tricolor.

 

Infeliz para Mano que perdeu um grande profissional que poderia estar ao lado dele.

 

Pior mesmo para Andrés Sanches que não participou da decisão e nem foi consultado.

 

Vou repetir para Mano Menezes e Andrés: Quem quer muito, ou tudo sem nada oferecer, geralmente fica sem.

 

Se o time Olímpico não decolar eles perdem o emprego que pode ir para as mãos de Muricy Ramalho. Fala-se em Felipão. Ótima opção, mas ele está meio que queimadão por ser hoje um mega gerador de crises.


Tragédia de Sarriá. Um dia sem explicação lógica.
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Luiz Ceará

Na Copa do Mundo da Espanha eu trabalhava na TV Globo. Não fui à Copa mas fiquei muito tempo com a seleção no Brasil. Era próximo de muitos jogadores, a maioria geniais e outros como Sócrates, Zico e Falcão gênios.

Ficamos sem Careca e Reinaldo.

Mas o time de Telê era algo que emocionava. O brasileiro não torcia por um time somente competitivo, mas para uma equipe que tinha alma, vibrava numa outra esfera do emocional de nós torcedores. Não tinha jornalista trabalhando com a seleção. Éramos torcedores. Sérios, corretos, profissionais, mas torcedores. Fãs.

Nós perdemos da Itália, um time bom, mas inferior ao nosso. Muito. Em crise, falido moralmente. O que aconteceu foi um desses momentos sem explicação.

Foi Paolo Rossi, o menino de ouro. Jogador comum, rápido, algo técnico. Bom de bola, mas comum. Ele estava ungido pelos deuses da bola. E fez o que fez.

Nunca chorei por futebol, embora seja um chorão nesta vida. Lágrima fácil. Me emociono com musica, teatro e mesmo lendo. Choro em filme e já chorei em novela de TV. Sou um cara comum.

E sabia que íamos vencer aquela Copa.

Mas perdemos e eu me lembro como se fosse hoje. Eu chorei muito por aquele time. De verdade. Eu amava alguns daqueles caras e ainda amo. Junior, Zico, Falcão, Serginho e Eder. Uma lástima.

Eu chorei por Telê, e me emociono hoje porque depois me tornei amigo dele.Falamos muito sobre aquele dia. Um dia sem explicação lógica.


O Boca já era. Salve o Corinthians, o Campeão dos Campeões.
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Luiz Ceará

Um sofrimento de 90 minutos.

Primeiros 15 minutos.
Times nervosos, meio campo congestionado. Nenhum dos dois times conseguiu aplicar 10% do que, com certeza, vieram fazer em campo.
Libertadores é assim mesmo. E o Boca é conhecido. Sabe parecer que não é disputa de nada, time nervoso com cara de calmo. Parece que não é com ele a conversa. Dá porrada embaixo e xinga encima. Precisava pelo menos um lance pra levantar a Fiel.

Chegamos aos 30 minutos.
De 15 a 30 minutos o Corinthians foi melhor. Mas errava passe fácil, não era o time que jogou na Bombonera. O Boca não rifava a bola e isso dificultava a vida do Timão. De novidade Sosa Silva no lugar de Orion, a troca de goleiros.

Chegamos aos 45 minutos.
Um melhor Timão que o Boca, procurando mais o gol, chutando de fora da área. Perigo foi sempre a bola no pé de Emerson.Quando o juiz colombiano encerrou os primeiros 45, ficou a certeza de que o Corinthians, se voltar para o segundo tempo um pouco melhor, menos nervoso e mais na dele, leva.

Vou pro segundo tempo, depois de um pedaço de pizza muito ruim e meio copo de leite gelado. É o que dá, o que me acalma. Na minha vizinhança uma sequência de churrascos, fogos e muita zoeira. Fui convidado, mas pra escrever fiquei quietinho de olho na TV.

Primeiros 15 minutos.
Riquelme veio comandando um que se chama “vamos fazer nosso pior”, ou seja, não jogar bola, irritar, deixar o jogo lento.
Não deu certo. Depois de bater feio, fazer faltas e catimbar à vontade o Boca se deu mal. Ele mesmo, Roman Riquelme fez falta em Danilo perto do banco do timão. Ouviu um “fala muito” do Tite e viu sua falta virar um gol. Alex meteu a bola na área e num toque de Danilo ela sobrou pra Emerson. Ele bateu forte na saída do goleirão.
O Pacaembu veio abaixo e a minha vizinhança enlouqueceu no 1 a 0.

Viramos 15 e vamos para os próximos 15, fazendo 30 do segundo tempo e o Pacaembu não para, não para de cantar. Um show pra se ver e ouvir eternamente dentro dos nossos corações. O Corinthians encontra seu equilíbrio e domina. Precisa ficar assim até o final, vamos ver.

Vinte e sete Schiavi erra o passe. Emerson toma a bola e dispara para deixar o zagueiro Caruso pra trás e fazer o segundo gol, o do título mais importante da história do Corinthians.
Emerson, o mister Corinthians, o maior jogador das duas finais.

Vamos para os 15 minutos finais.

Foi de roubadas de bola e muitas provocações entre os jogadores. Emerson e Caruso por pouco não se pegaram.
Mas o Boca estava na lona. Sem força, sem moral para reagir. Isso eu não tinha visto de um time tantas vezes campeão.
Nestes minutos finais o Corinthians anulou o Boca, foi frio, calculista, raçudo,a cara da Zona Leste, como eles gostam de dizer.
Eu prefiro dizer pessoalmente que o Timão foi a cara do Tite, este sim o grande responsável pela performance vencedora de sua equipe.
O Juiz apitou o final do jogo, já era, é festa, festa e festa.

Salve o Corinthians, o Campeão dos Campeões, agora também o maior da América, e invicto. A Libertadores já era.

Adeus Boca,gora é o Chelsea.


Um time só se livra do Boca depois do apito final.
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Luiz Ceará

O que seria do preto e branco se todos gostassem do amarelo e azul?
Ou do verde e branco?
Ou do vermelho e preto?
Ou do vermelho preto e branco?

É… hoje é dia de gostar ou não do preto e branco. Tem lá um vermelhinho no escudo, mas é preto e branco.

É Coríntia, mano!

A voz que grita no país do futebol.

Engasgada competição que é um desejo de mais de cem anos.

O Corinthians quer conquistar seu maior sonho. Quer dormir e acordar amanhã Campeão da Libertadores.

Tem um jogo pela frente com a maior carne de pescoço da América do Sul.

O Boca que já sentiu esse gosto doce seis vezes em sua história. Time de massa como o Corinthians, guerreiro, duro de vencer.

Que não se iluda o torcedor.

Vencer Boca é saber que eles lutam até o juiz apitar o final do jogo.

Um time só se livra do Boca dessa forma. Esperando o juiz apitar o final.

Essa é a parada.


Ninguém chuta cachorro morto. Salve Emerson.
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Luiz Ceará

NOTICIA DO UOL

Intitulado de “A incrível história de Emerson”, o texto lista a vida atribulada do jogador.
Ele adulterou a certidão de nascimento (mudou o nome e idade) para jogar no São Paulo; se naturalizou e jogou pela seleção do Qatar com documento falso; escapou da prisão graças a fiança paga por um clube francês; adquiriu veículo luxuoso em esquema ilegal de exportação; e possui como animal de estimação um macaco”.

Essa baboseira saiu num tal de Canchallena, jornal argentino, a título de mostrar que Emerson é bandido, trapaceiro e tem macaco em casa.

A verdade é o seguinte: Quando ele entrou em campo e não tremeu. Desfilou na Bombonera e não deu bola para o torcedor, até porque torcedor não joga. Eles se assustaram. Isso mesmo, tremeram diante de um jogador que molha a camisa, que vai pra cima sem medo e que não conhece a palavra derrota.

Foi o melhor em campo, guerreiro e técnico.Emerson é na dele e não se intitula nada além de um jogador experiente, capaz, de grupo, e que vende caro dentro de campo.

Foi o melhor do jogo e tem tudo para brilhar amanhã.

Acredito nele porque além do que vejo dentro de campo, sei da vida dele pessoalmente. Gosto dele.E gosto da macaca também. Ponto.

Não quero Emerson pra casar com minhas filhas, quero ele lá dentro, esperto, malandro e metendo medo nos argentinos.

Porque os hermanitos escreveram sobre ele? Sobre sua possível vida torta?

Porque, como diria meu guru celeste Renato “Bico Fino” Silva, ninguém mata cachorro morto.

E tem mais. Quem tem Maradona andando pala rua precisa procurar cara problemático em outro país?

Tags : Emerson


Hino do Timão, só para aquecer o gogó.
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Luiz Ceará

Você que é corintiano cante alto, com a força total de seu gogó. Não cante, grite o Hino Campeão dos Campeões.Esse é o nome do Hino. Você sabia? E sabe quem criou o Hino que você canta?

Foi o radialista Lauro D’Ávila quem criou o hit mais cantado neste país hoje e amanhã, e se tudo correr bem, depois de amanhã também e durante todo o resto da semana. Foi em 1952 depois de muitos outros hinos serem cantados sem sucesso que Lauro criou e Osny Silva gravou nos estúdios da Rádio Bandeirantes o “Campeão dos Campeões”.

Então aproveite para aprender a letra se ainda não sabe, o que eu duvido, e solte a voz. Só pra aquecer o gogó.

Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians de tradições e glórias mil
Tu és orgulho
Dos esportistas do Brasil
Teu passado é uma bandeira,
Teu presente, uma lição
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão
Corinthians grande,
Sempre Altaneiro,
És do Brasil
O clube mais brasileiro
Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians de tradições e glórias mil
Tu és orgulho
Dos esportistas do Brasil
Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões,
Eternamente dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians de tradições e glórias mil
Tu és orgulho
Dos esportistas do Brasil


Não foi um jogo, foi uma aula. A Espanha é bi da Euro-2012.
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Luiz Ceará

É uma delícia ouvir tantos comentários sobre num campeonato que não acontece aqui no Brasil. A Euro-2012 é um sucesso. E um fracasso.

Se todos os comentaristas de plantão, inclusive eu, estamos falando de Itália e Espanha no quesito bola rolando, também estamos com nossos corações e almas em alerta.

A sombra sinistra do racismo se mostrou em sua totalidade e força máximas. Uma vergonha que não caberia mais sentirmos. A raiva dos europeus foi surpreendente. Crua. Sem medo de aparecer nas telas de todas as TVs do mundo ligadas nos jogos. Ninguém que tinha ódio nos corações deixou de demonstrar com clareza. Foi a grande perda e a demonstração de que temos que evoluir muito em todo o planeta. Somos ainda espíritos difíceis e atrasados.

Mas o campeonato era de futebol e vamos a ele para que e tristeza se transforme em alegria, pelo menos por 90 generosos momentos. Porque o futebol apresentado pelas duas seleções não deixou dúvidas sobre quem deveria estar na final.

A Espanha e seu futebol brilhante e de conjunto solidário e a Itália com sua mania de transformar crises envolvendo falcatruas dentro do futebol em arte dentro de campo. Eu lembrei esta semana do desastre de Sarriá, na Copa de 82 quando a Itália em crise interna venceu a maravilhosa seleção comandada por Telê Santana, aquele sim, um time de futebol.

Quando a bola rolou na final, era estilo italiano de posse e marcação contra a arte de jogar dos espanhóis, que costumam cansar a bola de tanto tocar.

Os times entraram com forças equivalentes. O equilíbrio maior de um ou outro iria definir o campeão, lembrando que no jogo de estréia das duas houve um empate.

Com 10 minutos de jogo a Espanha escondia a bola da Itália e Xavi chutou da entrada da área. Que jogada da Espanha.

Aos 13, Xavi tocou para Iniesta que meteu Fábregas que cruzou para Davi Silva marcar de cabeça. E que golaço. Só a Espanha jogava. A Itália assistia.

Só deu Espanha no primeiro tempo de jogo. E quanto mais a Itália ia pra cima, mais oferecia o contra ataque para os espanhóis. Até que, aos 41, Xavi meteu Alba em velocidade no contra ataque esperado e preparado. O bote dos espanhóis é passar no momento preciso, quando o adversário já não conseguiria mais acompanhar quem está atacando. É mágico. Um 2 a 0 no primeiro tempo espanhol.

O segundo tempo começou com um pênalti claro para os espanhóis que o juizão português não deu. Ele não viu, mas o árbitro atrás do gol sim. Então…
Quem não faz quase toma, porque Di Natali perdeu um gol feito aos 6 minutos.
A Itália não estava no seu dia. Thiago Motta sentiu uma contusão na coxa direita e deixou os italianos com 10 em campo. Era o que faltava.
O que se viu daí pra frente foi a agonia italiana. Fernando Torres fez o terceiro gol.E Mata o quarto, o gol do títuloA Espanha pressionou a saída de bola da Itália, dominou o jogo, tocou como quis e levantou a senhora de curvas serenas, cobiçada por todos os jogadores das seleções européias.

Quem levantou esta senhora, a Taça da Euro-2012 foi o capitão espanhol Casillas,goleiro da seleção que há 10 jogos de mata mata não toma gols. Um time que entra para a história do futebol por agradar a bola,respeitá-la, entender que ela precisa de carinho e do suor de seus eternos namorados, os jogadores.

A Espanha deixa definitivamente um ensinamento aos jogadores, treinadores, preparadores físicos e homens que tocam o mundo da bola. A consagração sempre virá para quem respeitar a arte de jogar. Acima do futebol de resultado. Marcar jogando limpo, pressionar com inteligência, tocar como na infância, sem responsabilidade e vencer com alegria.