Luiz Ceara

Nas academias lutar boxe é ser moderno. Viva Servílio de Oliveira e Adriana Araújo.

Luiz Ceará

Após 44 anos de espera, o boxe brasileiro voltou ao pódio de uma Olimpíada e coube a uma mulher quebrar esse tabu. Adriana Araújo derrotou a marroquina Mahjouba Oubtil nesta segunda-feira por 16 a 12 e assegurou uma vaga na semifinal da categoria até 60 kg, e com isso tem ao menos uma medalha garantida – na modalidade há dois bronzes, portanto os semifinalistas asseguram a conquista. Assim, a pugilista se torna a segunda medalhista olímpica do país na história do boxe. (notícia do UOL)

Já entrevistei Servílio de Oliveira algumas vezes. Outras estive com eles entre outras feras do esporte. Sempre bacana, alegre, aquela carinha de gente boa.

Mas dentro de um ringue era fera. Carreira brilhante que o levou a ser medalha de bronze na Olimpíada do México em 68. Infelizmente em 71, contra Tony Moreno sofreu deslocamento da retina do olho numa luta no Ibirapuera. A carreira estava encerrada precocemente.

Agora,quando a maioria dos jornalistas tentava entender as medalhas que não vieram nessa Olimpíada, aparece uma de bronze garantida. Sim, porque no boxe há dois bronzes, um ouro e uma prata e por isso os semifinalistas se garantem com medalha no peito. Nossa Adriana Araújo, categoria 60 Kg derrotou a marroquina Mahjouba Oubtil e está na semifinal. Bronze no peito, podendo ser ouro.

A segunda medalha do Boxe na história e a certeza de que às vezes, por caminhos tortuosos, quero dizer, muito suor, pouca grana e uma determinação de gigante, se chega ao sucesso. Agora ela vai, juntamente com o Boxe, estar no topo. Merecidamente.

A imagem que se tinha do boxe há dez anos era aquela das academias meio escuras, abafadas. E os lutadores, gente humilde, se sacrificando pelo esporte. Hoje o boxe é quase obrigatório nas mais badaladas academias do país. Sucesso entre jovens e gente de meia idade.Lutar boxe, seja homem ou mulher é “chic” .

Muito bom que seja assim.

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