Luiz Ceara

Neymar é Jimi Hendrix, um negro inexplicável e encantador.

Luiz Ceará

Mais ou menos cinco da tarde e eu estava na TV vendo e revendo a vida de Jimi Hendrix na TV. Um documentário. mostrando quem ele era,como  era, o que pensava.

Hendrix tocava uma guitarra agressiva e doce. Pode isso? Pode sim por que na musica tudo pode. Ele bailava seus longos dedos negros numa guitarra Fender de modo que as cordas sempre estavam agradecendo. Meu amor, me rasga elas diziam. E ele rasgava, acariciava, mandava ver com os dedos com a língua e com os dentes. Ela agradecia. Hendrix chamava a guitarra de meu amor. Um gênio da raça. Um luz a milhares de quilômetro por segundo. Quando ele tocava Like a Rolling Stone de Bob Dylan eu me lembro de sentir o meu tempo parar. Literalmente.

É assim que eu vejo o futebol de Neymar. Como a musica de Dylan, como a guitarra de Hendrix. Algo inexplicável. Quando aquele moleque dispara é um Deus nos acuda como diria meu pai Luiz Ceará Jr. Se meu pai estivesse vivo, ele diria sem pestanejar que '' esse moleque me faz bem''. Esse era o parâmetro de futebol arte do velho Juninho, um são paulino de quatro costados. Torcia para a arte do drible, da manha no conduzir a bola. O passe perfeito encantava meu pai. Falta bem batida, volantes habilidosos, meias de pé calibrado, atacantes como Reinaldo do Atlético-MG.

Se meu pai visse Neymar jogar, hoje estaria realizado com eu estou. Ver Neymar desfilando é diferente, por que tem a pegada de Hendrix, sua velocidade na hora de conduzir a bola e a inventividade. Vê o que vai acontecer momentos antes de acontecer. Tem charme com ela nos pés. Encanta. E na hora do gol mata, rasga e incendeia os corações do torcedor com uma luz que não tem mais onde brilhar. Hendrix ticada e você sentia o mesmo. Essa dor que é boa mas que é dor. Essa falta de ar com para respirar.

Neymar é Jimi Hedrix, um negro inexplicável, um gênio encantador e dilacerante.

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