Luiz Ceara

Arquivo : abril 2014

Intolerância, o mal da Terra
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Luiz Ceará

O Brasil é um país de desdentados e mendigos. Todos pelas ruas em um abandono total de quem deveria cuidar dos seus. Filhos abandonam seus pais, pais se distanciam de seus filhos e depois vão reencontrá-los nas ruas,e por aí vai. Gente sem emprego e sem esperança, drogrados misturados a criminosos. Vejo isso todos os dias.

E vejo numa camada onde deveria haver esperança, a intolerância. O mal da terra. A maldita intolerância.

Intolerância.Esta semana ela veio em forma de racismo,tratamento ao ser humano que se pratica à vontade no mundo antigo e no moderno. Aqui no Brasil, nascemos todos filhos de uma mistura de raças, mas com um forte sintoma de racismo. Somos brasileiros racistas. Ou não? Jogue o amigo a primeira pedra. Lutamos contra esse mal dentro de nós mesmos, isso também é verdade. E como. Muitos de nós progridem, estão em plena evolução.

E por isso não aceitamos o que se passou com Dani Alves e com no dono do Los Angeles Clippers, um vagabundo de nome Donald Sterling, que diz pra sua namorada dormir com negros e nem se importa com isso, mas ao mesmo tempo não quer vê-los por perto, os negros. Poderia ser com brancos ou marcianos, o cara é louco. Malaco profissional ele foi banido do esporte, tomou uma multa no bolso de US$2,5 milhões, e com certeza é corno. Tudo que um homem não quer.

O principal executivo da NBA,Adam Silver mostrou ao mundo da bola,digo ao futebol, como se aplica punição para quem pratica o racismo no esporte. Disse que racismo não tem espaço na NBA.Fritou seu Streling.
Fica a pergunta ao executivo chefe da FIFA, o seu Blatter. E no futebol, tem espaço ao racismo?


Um momento com Luciano do Valle
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Luiz Ceará

Quando deixei oficialmente da TV Globo saí do prédio da Praça Marechal sem chão. Arrasado. Ninguém sai da TV Globo. Eu saí triste e feliz. Tomei um ônibus para Campinas. Cheguei em casa duas horas depois.

Quando entrei na cozinha minha avó Josefa me disse com o sotaque espanhol carregado que ele tinha: “Negro (que é como ela me chamava carinhosamente) tem um telefone para você ligar. É de São Paulo, é um tal de Luciano. Disse pra você ligar urgente.”

Eu liguei e do outro lado “a voz” perguntou:” É verdade que você saiu da Globo? “. Eu respondi que sim e então ele me disse: “Você trabalha comigo a partir de amanhã aqui na Band”.

Essa é a dívida que eu tenho com Luciano do Valle. Ele não me deixou sem emprego mais de duas horas. Ele era assim mesmo.


É impossível para o árbitro competir com a tecnologia.
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Luiz Ceará

Fico pensando no que a imprensa, jogadores falastrões como o goleiro Felipe do Flamengo e o torcedor de um modo geral, disseram deste final de semana. Do que aconteceu nos estádios. A arbitragem levou a culpa por tudo. Faltou o linchamento.

Então eu quero aqui, publicamente, dizer que hoje, em lances capitais como o penalti do Ituano no jogador do Santos, o penalti não assinalado a favor do Atlético MG e até o escandaloso impedimento na bacia das almas no jogo entre o Vasco e o Flamengo tem defesa. Eu explico.

Um jogo normal com transmissão de TV tem 7 câmeras. Duas centrais para mostrar o jogo, uma atrás de cada gol, duas de impedimento e uma central, dentro do gramado para o que se chama de lance fechado, ou detalhe. Isso numa transmissão normal. Em jogos como os citados acima, podemos pensar e 12 a 20 câmeras. Tudo é gravado e todas as jogadas detalhadas ao extremo. Em todos os ângulos. No ar, cada lance pode ser repetido à axautão para que os comentaristas e analistas de arbitragem possam dizer com certeza o que aconteceu.

E o juizão? Correndo como loouco, tendo que ver tudo, e ainda contando com bandeiras ruins? Um ou outro bandeira ajuda,é competente, mas a maioria dorme. E os árbitros atrás dos gols? Não servem para nada, ou melhor servem sim, mas é para atrapalhar a visão dos repórteres e para confundir jogadores.

Gente, não dá para o juiz em um segundo, a dez ou menos metros do lance, acertar todos. Não dá para competir com a tecnologia.

To dando desculpa? Não estou falando uma verdade incontestável.


Doriva é o Simeone brasileiro
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Luiz Ceará

Apenas pra eu colocar a idéia de como estou vendo essa situação de momento do futebol brasileiro e nesse caso o paulista, e o mundial, aí, a Liga dos Campeões.

O Ituano de Doriva venceu o primeiro jogo das finais do Paulistão jogando mais e melhor que o Santos. Assustou o Peixe, deu nó tático, encurralou o time de Oswaldo de Oliveira, um treinador com um time melhor no papel e que está jogando mais o campeonato inteiro. Um poderoso ataque de uma molecada da base que é de matar, no bom sentido.

Doriva marcou o time da baixada até à exaustão, sem na verdade cansar tanto assim. E meteu um golaço, ou não?O Santos viu a bola, mas de relance, sempre tomada de seus jogadores e sempre escorregando na melhor jogada. Estava sem saber sair de uma marcação que anulou seus volantes e seus homens de criação.

Dez a zero para Doriva que montou o time à sua imagem, um volante marcador, quase meia e que nunca brincou em campo e nem sorriu para adversário. Um ex-jogador que sabe o gosto de ser campeão.

E Simeone, o argentino que como jogador é ídolo do mediano Atlético de Madri? O que ele fez? Bom, de cara deu moral a seus comandados, fez com que eles acreditassem no sonho de serem melhores que os melhores, neste caso Real Madri e Barcelona. Tava louco? Não.

Ele jogou contra uma máquina de fazer resultados, saiu na frente em Barcelona e acabou em Madri com um empate glorioso. Aí muita gente pensou como Oswaldo de Oliveira. O Santos não joga mal duas vezes, ou seja, o Barça vai matar o Atlético em casa, em Madri. Se ferrou o Tata Martino e pode se ferrar neste Domingo nosso Oswaldo.

O Atlético, dono de uma marcação impecável repetiu seu jogo de Barcelona e de sempre em casa e saiu na frente com 5 minutos. Marcou, marcou, roubou bolas, deu chutão – poucos – e saiu sempre perigosamente nos contra ataques.

Se o Santos não abrir o olho perde o título pára Doriva e seus caipiras de Itu, jogadores de fibra e ávidos de um lugar ao Sol no futebol brasileiro.

Tata Martino e sua máquina voltou para Barcelona com o rabo entre as pernas. Ele vai repensar seu time, quem sabe com uma pitada de humildade.

Na bola, vence que está melhor, não o melhor, mas quem está melhor. Como diria meu guru Renato “Bico Fino” Silva: barata viva não atravessa galinheiro.


Tata Martino com cara de Geraldo
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Luiz Ceará

Outro dia defendi aqui que Geraldo “Tata” Martino que muita gente acha incompetente, está,na verdade, montando seu time. E nele, Neymar joga pela direita. Ele está certo? Para ele sim, mas para os que viram Neymar jogar até esta data, não. O jogador rende mais pela esquerda.

Muitos apostam que ele faria uma bela parceria com Iniesta por aquele lado do campo.

Tata Martino achava que não. Até o jogo contra o Atlético de Madri. Na verdade, ele já desconfiava de seu erro tático.
No jogo contra o Atlético de Madri, que joga muito e é um time certo, de toque de bola refinado e duro na marcação o Barcelona estava paralisado no que de melhor sabe fazer.
Tocar a bola, enrolar, mascar o jogo e engolir o adversário. Tava muito bem marcado e ponto final. O Atlético de Madri jogava mais em pleno Camp Nou.
O Barcelona tomou um golaço de Diego que jogava na frente do treinador da seleção, nosso Felipão.
O Barça ficou paralisado, sem saída, assustado. Jogava errado? Não. Então nosso Tata pensou em como entrar na defesa deles. Surpreender, empatar? Vencer?
Tata Martino, tremendo migué, malandro que é na bola, fez o que o povão já sabia de velho. Botou Neymar na posição onde ele rende mais, tem espaço, gosta e deita e rola se me entende o amigo. Do lado esquerdo, com Iniesta vindo por trás, olhando e criando o jogo.
Deu no que deu. Neymar se enfiou e recebeu uma pintura de passe de Iniesta. Seguro,Iniesta meteu a bola como se estivesse jogando bilhar. Medida certa, entre os zagueiros. Bola que o craque que é craque não perde. Mete o gol, sai pra galera, olha para o cara que deu o passe e bate palmas.
Foi o que ele fez.
E o Tata? Ficou com cara de bobo, é claro. Cara de Geraldo.


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