Sete de Setembro, dia do Imperador
Luiz Ceará
Adriano está de volta. Aos treinos no gramado, com bola. Ele corre preso por uma borracha. Faz força, sua a camiseta.
Adriano está “se matando de treinar”. Eu ouvi isso de um funcionário do clube. Aquela turma que tudo vê e nada conta. Passam sem ninguém notar, mas sentem a dor dos jogadores, vibram com a alegria deles. Limpam o chão por onde eles passam, servem comida, água, uniformes. Observam. Calados. Bom dia amigão, diz o cobra do time. Bom dia, responde o funcionário, sorriso no rosto. Ganhou o dia.
Foi um desses, sem nome aqui no Blog, é claro, que me contou. Adriano vai voltar a jogar bola. Sete de Setembro, e com uma festança que os marqueteiros estão preparando.
Vai jogar no lugar de quem?
Tite vai decidir e os comentaristas de plantão vão aplaudir… ou mandar o treinador pro fundo do poço, como já estão fazendo, é bem verdade. Não? Então porque o amigo não assistiu aos programas de Rádio e TV hoje?
Vão ter que engolir Adriano!Mais leve, mais solto, e como sempre, um matador. Assustador. Cara de mau e sorriso de menino levado. Tudo muda nesta vida, se transforma. Porque ele não pode mudar?
Aposto nisso.
Romário em 94 era o maximo, jogador de luxo. Parreira não gostava dele, e não gosta ainda hoje. Zagalo também não. Ele foi convocado porque o país ia pro buraco. Estava quase fora da Copa que acabou levando.
Romário veio para o jogo contra o Uruguai. Pela manhã saiu para ir à missa na Igreja da Penha. Passou por mim e eu perguntei. Vai rezar pra que? Ele respondeu com um sorriso que era pra fazer dois gols e classificar o Brasil. Fez os dois e no gol do drible da vaca correu pro fundo e passou por mim e pelo repórter cinematográfico Javier Malavazi, meu parceiro. Eu não disse que ia marcar?
Porque Adriano não pode?
Desculpem-me pelas mal traçadas linhas. Estou me adaptando ainda a escrever, porque como o amigo sabe, sou da “latinha”.
Pra encerrar bem este dia estou ouvindo Judy Blue Eyes, com Crosby, Stills & Nash, do CD Woodstock. Vai nessa que é boa.