Dunga está de volta.
Luiz Ceará
Acabei de assistir à entrevista de Dunga no “Esporte Espetacular” da Globo.
Nenhuma novidade a não ser o fato dele acreditar que a seleção de 82 era excelente, de craques, mas que não era vencedora.
“Melhor é o time que ganha”, disse o tranqüilo Dunga.
Então, para completar o raciocínio, a de 94 Campeã do Mundo é melhor que de 82 para o treinador, uma seleção que não ganhou nada, mas que jogava muito. Que jogava muito, mas que era desunida, não tinha espírito de grupo, muito pelo contrário, e que vivia de craques que acreditavam em sua individualidade acima do conjunto.
Telê era melhor que Parreira?
Telê jogou bola e muito. Parreira só assistiu e bateu palmas. Mas respeitava opiniões, ouvia e foi campeão do mundo.
O futebol é assim.
O fato é que Dunga está voltando de leve. Quando um cara como ele vem dar entrevista exclusiva à TV Globo, já tem intenções de voltar.
Está sentindo o mercado, digo a opinião pública e o ranço da imprensa que nunca gostou dele nem como jogador porque era grosso, guerreiro, mas grosso e que como treinador foi um fiasco na Copa.
Mas é um cara que eu respeito, que nunca deixou de me dar entrevista, de quem eu gosto pessoalmente porque sei que ele é do bem, e que tem, na bola como treinador, muito a provar.
Seja bem-vindo, mas tenha as costas saradas pra levar porrada.
Assim é o mundo da bola.