O Boca já era. Salve o Corinthians, o Campeão dos Campeões.
Luiz Ceará
Um sofrimento de 90 minutos.
Primeiros 15 minutos.
Times nervosos, meio campo congestionado. Nenhum dos dois times conseguiu aplicar 10% do que, com certeza, vieram fazer em campo.
Libertadores é assim mesmo. E o Boca é conhecido. Sabe parecer que não é disputa de nada, time nervoso com cara de calmo. Parece que não é com ele a conversa. Dá porrada embaixo e xinga encima. Precisava pelo menos um lance pra levantar a Fiel.
Chegamos aos 30 minutos.
De 15 a 30 minutos o Corinthians foi melhor. Mas errava passe fácil, não era o time que jogou na Bombonera. O Boca não rifava a bola e isso dificultava a vida do Timão. De novidade Sosa Silva no lugar de Orion, a troca de goleiros.
Chegamos aos 45 minutos.
Um melhor Timão que o Boca, procurando mais o gol, chutando de fora da área. Perigo foi sempre a bola no pé de Emerson.Quando o juiz colombiano encerrou os primeiros 45, ficou a certeza de que o Corinthians, se voltar para o segundo tempo um pouco melhor, menos nervoso e mais na dele, leva.
Vou pro segundo tempo, depois de um pedaço de pizza muito ruim e meio copo de leite gelado. É o que dá, o que me acalma. Na minha vizinhança uma sequência de churrascos, fogos e muita zoeira. Fui convidado, mas pra escrever fiquei quietinho de olho na TV.
Primeiros 15 minutos.
Riquelme veio comandando um que se chama “vamos fazer nosso pior”, ou seja, não jogar bola, irritar, deixar o jogo lento.
Não deu certo. Depois de bater feio, fazer faltas e catimbar à vontade o Boca se deu mal. Ele mesmo, Roman Riquelme fez falta em Danilo perto do banco do timão. Ouviu um “fala muito” do Tite e viu sua falta virar um gol. Alex meteu a bola na área e num toque de Danilo ela sobrou pra Emerson. Ele bateu forte na saída do goleirão.
O Pacaembu veio abaixo e a minha vizinhança enlouqueceu no 1 a 0.
Viramos 15 e vamos para os próximos 15, fazendo 30 do segundo tempo e o Pacaembu não para, não para de cantar. Um show pra se ver e ouvir eternamente dentro dos nossos corações. O Corinthians encontra seu equilíbrio e domina. Precisa ficar assim até o final, vamos ver.
Vinte e sete Schiavi erra o passe. Emerson toma a bola e dispara para deixar o zagueiro Caruso pra trás e fazer o segundo gol, o do título mais importante da história do Corinthians.
Emerson, o mister Corinthians, o maior jogador das duas finais.
Vamos para os 15 minutos finais.
Foi de roubadas de bola e muitas provocações entre os jogadores. Emerson e Caruso por pouco não se pegaram.
Mas o Boca estava na lona. Sem força, sem moral para reagir. Isso eu não tinha visto de um time tantas vezes campeão.
Nestes minutos finais o Corinthians anulou o Boca, foi frio, calculista, raçudo,a cara da Zona Leste, como eles gostam de dizer.
Eu prefiro dizer pessoalmente que o Timão foi a cara do Tite, este sim o grande responsável pela performance vencedora de sua equipe.
O Juiz apitou o final do jogo, já era, é festa, festa e festa.
Salve o Corinthians, o Campeão dos Campeões, agora também o maior da América, e invicto. A Libertadores já era.
Adeus Boca,gora é o Chelsea.