Luis Fabiano bem que tentou, mas parou no que a vida nos dá de graça, mas que nós não controlamos. A saúde física. Ele tem de sobra, mas para competir em alto nível tem que ter muito mais. Duas operações em curto período e uma recuperação no que existe de mais moderno na área, fora profissionais de alta competência não foram suficientes para que ele dominasse seus instintos dentro de campo. A mente comanda, o corpo não responde à altura.

Isso é comum em atletas como ele em todos os esportes. E explicado pela ciência. A mente comanda mas o corpo não responde à altura. Falta apurar fisicamente o corpo. O resultado final vai ser mudado. Como já voltou aos treinos normais, Luis Fabiano vai estar em breve, em forma física plena, e aí o bicho vai pegar.

Ontem quando saiu de campo as vaias foram para o treinador. Mas Adilson estava certo.

Luis Fabiano que eu disse ontem aqui que é craque e que por isso fui esculhambado por alguns amigos do Blog, vai fazer minha defesa. Dentro de campo. Em breve. Aguardem o Fabuloso. Quando o corpo responder aos instintos, segura.

A mente está clara, em forma, comandada pela alma de menino. O corpo está chegando perto de responder.

Luis Fabiano era Fabiano aqui em Campinas. Minha melhor recordação dele é que cometi um grande erro de avaliação. Ele jogava nas categorias de base da Macaca, a Ponte Preta.

“É um jogador lento, passadas largas. Não vai dar em nada”, eu escrevia numa coluna no Correio Popular, o grande jornal da cidade.

Meus amigos, mais precisamente o diretor de futebol da Macaca, Marco Eberlin, o que descobriu Fabiano na várzea me dizia que eu estava errado. “Você acerta muito, mas com relação ao Fabiano você está errado. Ele é craque, joga muito”, falava o melhor dirigente que eu conheci.

Ele subiu para o time de cima e eu, fiel aos meus instintos, continuava a falar que “Fabiano era lento, passadas largas, não vai vingar”.

Ele foi vendido para o São Paulo, menino ainda, acredito dezessete para dezoito, pouco mais. Foi aí, vendo Fabiano jogar pelo tricolor que eu vi o tamanho do meu erro de avaliação.

Ele tinha passadas largas, o que dava velocidade diferente. Não era lento, nunca foi. Técnico, fazia o que queria com a bola. Faro de gol, matador.

Quando dei por mim, Fabiano era Luis Fabiano, um craque. Eu estava errado.Estava, porque voltei atrás que não sou burro.