Não foi injustiça não, Cristiano Ronaldo.
Luiz Ceará
Não é que tenha sido uma decepção, mas se esperava muito mais de Espanha e Portugal.
Por outro lado o respeito de um pelo outro pode ter atrapalhado. Por que¿
Acredito que Portugal tenha respeitado tanto a Espanha pelo óbvio. É a melhor seleção do planeta, capaz de meter medo em todas as outras, inclusive na nossa. Pela maneira que eles encontraram de jogar futebol. Envolvendo o adversário numa rede, como se fosse uma aranha a prepara sua presa para o ataque final. E pelo temor que se tem vendo o toque a toque sem parar, e a marcação cerrada, certeira, eficiente.
Também acredito que a Espanha tenha entrado sabendo que Portugal pelo que apresentou nesta Eurocopa – 2012, saindo de uma derrota para a Alemanha para a recuperação excepcional, pudesse surpreendê-la com seu veloz ataque comandado pelo sensacional Cristiano Ronaldo, o Rei do telão do estádio.
Por isso o jogo foi parelho e a Espanha não pôde desfilar com a categoria de sempre. Ruim pra quem esperava um jogaço. Ele não aconteceu.
Como ninguém fez o gol da vitória veio a prorrogação. Mais 30 de jogo.
E a melhor chance veio aos 13 minutos do primeiro tempo. Iniesta ficou na frente de Rui Patrício. E perdeu o gol, melhor, Rui fez uma senhora defesa.
No segundo tempo da prorrogação o jogo esquentou o que mostrou a excelente preparação física dos jogadores. Estavam cansados, sim, mas inteiros o suficiente para jogadas de profundidade, jogo veloz, mesmo sabendo que estão em final de temporada.
Portugal marcou a Espanha de forma categórica, e por isso, o jogo foi para os penais. Aí, duas coisas acontecem.
Alguém vai ser o herói e alguém o vilão.
Cassillas e Rui Patrício se candidataram a heróis de cara defendendo um pênalti cada um. Iniesta fez e Pepe fizeram o deles, 1 a 1. Piquet fez o segundo da Espanha. Veio Nani e 2 a 2. Sergio Ramos veio com uma cavadinha e fez 3 a 2 Espanha. Bruno Alves meteu no travessão e a Espanha estava na frente com 3 a 2. Fábregas fez o 4 a 2 e encerrou os penais com a vitória espanhoa que foi pra final.
Ficou no telão do estádio a imagem do rosto de Cristiano Ronaldo. Ele disse, “injustiça”.
Não foi injustiça não, numa decisão sem herói e nem vilão.