Luiz Ceara

Arquivo : Rivaldo abre a caixa de ferramentas e fala grosso

Rivaldo a ferro e fogo
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Luiz Ceará

Rivaldo é normalmente calmo, olhar de gente simples. Não nega um bom dia. Isso não. Dá entrevista quando pode e quando quer. Fala pouco, olha encarando e tem um sorriso no canto da boca que você não sabe se tá rindo ou rindo de você. Da sua empáfia de repórter que se acha. Tem a sabedoria dos que falam pouco, e por isso mesmo não dão bom dia pra cavalo.

No São Paulo Rivaldo tem sido meio diferente. Quando fala, marca a ferro. Foi assim com Carpegiani, expondo as deficiências do treinador. Não as de dentro de campo, táticas. As da alma. Carpegiani foi, no São Paulo, um sujeito rancoroso. Não que seja assim, foi. Tratou |Rivaldo como um qualquer. “Eu estava sentado ao lado do Ilsinho e ele entrou na sala. Não olhou na minha cara e comunicou ao parceiro que ele ia pro jogo”, disse um Rivaldo cheio de tristeza. Deu no que deu. Carpegiani pegou a mala e Rivaldo o time na mão pra fazer acontecer dentro de campo.

Hoje ele abriu a caixa de ferramenta. Frases que saíram da caixa de ferramentas: ”Estamos num momento difícil. Se precisar jogo de zagueiro.

Já marquei o Casagrande quando ele jogava no Flamengo. Mario Sergio, técnico do Corinthians me pediu e eu fiz.

Lucas precisa de confiança novamente. Quando o jogador faz gol pega confiança. Falo muito com ele. Não precisa driblar tanto. Fica manjado. Os caras te marcam.

Vamos tentar contra o Palmeiras quebrar o tabu de não vencer no Morumbi.

Eu só quero jogar, só penso nisso. Treino muito, descanso muito. Em casa fico na piscina pra fazer relaxamento. To quase virando peixe.

Não quero jogo de despedida na Seleção. Não é hora de brincadeira, de festa, de comemoração. É hora de reconstrução da Seleção de seriedade. De arrumar o país para a Copa. Tem muita coisa para ser feita.

Lucas, Neymar e Ganso têm que sair do país urgente. Eles têm que jogar na Europa. Se prepararem para a Copa de 2014. Os caras (das outras seleções) têm que respeitar porque eles jogam muito e tem experiência fora do país. É isso, Tem que jogar fora. A hora é agora.”

Esse foi o desabafo humilde, uma bala certeira na mosca morta de muitos de nós. Vamos ter humildade pra agradecer. Obrigado.

 


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