No caso do Romarinho, é o Neto quem tem toda a razão.
Luiz Ceará
Eu estava assistindo ao programa do Neto na Band e ele falou uma coisa que eu quero repetir aqui, e que é o meu pensamento neste momento. Pode mudar, tudo muda, só a corrupção no país é que não.
Bom, ele falou sobre o Romarinho. Que ele pode vir a ser craque. Pela maneira de tratar a bola na hora do gol. Chama de “meu amor”. E faz gols de letra porque é frio e tem classe. Malandro bom, que trata a mulher com carinho e ao mesmo tempo com dureza. Ela gosta. Beijos e tapinha, doçura e pequenas cenas de ciúme. Uma boa leitura nas mãos pra saber o que vem pela frente com ela. Tudo vale no amor.
É assim que Romarinho trata a bola dentro da pequena área e nas imediações. Bem perto do goleiro, pra ver a cara de bobo que ele fica na hora da “letra”. Não tem goleiro macho que não fica doído nessa hora. Ela vem do calcanhar e engana seu pegador. Escorre por entre os dedos, passa perto, mas não o suficiente pra pegar. Escapa por cima como contra o Boca. À noite, depois do jogo o bairro da Boca em Buenos Aires ficou com a noite comprida. Fazer um gol daqueles no Boca e na Bombonera teve comemoração de toda a elite de malandros argentinos. Que moleque esse Romarinho.
Tinhoso e debochado como outro que eu conheci e conheço bem. O original.
Romário nunca deu um chutão. Não precisava. Ele ordenava e ela saía de seus pés pra dentro da rede. Mandava nela, e ela, carinhosamente dizia… Tá bom meu amor, eu vou”.
Romário não chutava de fora da área, o negócio dele era no seu latifúndio. Pequena área e adjacências. Ali nunca vi igual.
Careca driblava ali, Reinaldo naquele espaço foi Rei. Esses caras é que são perigosos. Os que tratam a bola de meu amor. Ela faz o que ele quer.
Romarinho só não pode chutar de fora da área. Ela, a bola, não gosta. No caso dele, um puro malandro da pequena área, o papo com ela tem que ser mais íntimo.
Se jogar assim, como eu e meu querido craque Neto pensamos que pode, Romarinho vai ser craque. De verdade. Ele tem utensílios pra isso.