Doriva é o Simeone brasileiro
Luiz Ceará
Apenas pra eu colocar a idéia de como estou vendo essa situação de momento do futebol brasileiro e nesse caso o paulista, e o mundial, aí, a Liga dos Campeões.
O Ituano de Doriva venceu o primeiro jogo das finais do Paulistão jogando mais e melhor que o Santos. Assustou o Peixe, deu nó tático, encurralou o time de Oswaldo de Oliveira, um treinador com um time melhor no papel e que está jogando mais o campeonato inteiro. Um poderoso ataque de uma molecada da base que é de matar, no bom sentido.
Doriva marcou o time da baixada até à exaustão, sem na verdade cansar tanto assim. E meteu um golaço, ou não?O Santos viu a bola, mas de relance, sempre tomada de seus jogadores e sempre escorregando na melhor jogada. Estava sem saber sair de uma marcação que anulou seus volantes e seus homens de criação.
Dez a zero para Doriva que montou o time à sua imagem, um volante marcador, quase meia e que nunca brincou em campo e nem sorriu para adversário. Um ex-jogador que sabe o gosto de ser campeão.
E Simeone, o argentino que como jogador é ídolo do mediano Atlético de Madri? O que ele fez? Bom, de cara deu moral a seus comandados, fez com que eles acreditassem no sonho de serem melhores que os melhores, neste caso Real Madri e Barcelona. Tava louco? Não.
Ele jogou contra uma máquina de fazer resultados, saiu na frente em Barcelona e acabou em Madri com um empate glorioso. Aí muita gente pensou como Oswaldo de Oliveira. O Santos não joga mal duas vezes, ou seja, o Barça vai matar o Atlético em casa, em Madri. Se ferrou o Tata Martino e pode se ferrar neste Domingo nosso Oswaldo.
O Atlético, dono de uma marcação impecável repetiu seu jogo de Barcelona e de sempre em casa e saiu na frente com 5 minutos. Marcou, marcou, roubou bolas, deu chutão – poucos – e saiu sempre perigosamente nos contra ataques.
Se o Santos não abrir o olho perde o título pára Doriva e seus caipiras de Itu, jogadores de fibra e ávidos de um lugar ao Sol no futebol brasileiro.
Tata Martino e sua máquina voltou para Barcelona com o rabo entre as pernas. Ele vai repensar seu time, quem sabe com uma pitada de humildade.
Na bola, vence que está melhor, não o melhor, mas quem está melhor. Como diria meu guru Renato ''Bico Fino'' Silva: barata viva não atravessa galinheiro.