Luiz Ceara

Arquivo : novembro 2011

Embolou.
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Luiz Ceará

 

 

Eu acompanho os clubes de São Paulo porque trabalho e moro aqui, todos os dias e de perto. Converso com jogadores e treinadores.

Não fico no telefone fazendo onda e procurando informação. Vou onde acontece. Por isso, o que vou dizer aqui é baseado nisso, no que vejo.

Ontem os líderes Corinthians e Vasco jogaram contra adversários completamente diferentes.

O Vasco enfrentou um time que está treinando para tentar o título mundial de clubes. Não está no Brasileirão. Está treinando. Venceu o Vasco por 2 a 0. E o Vasco, motivado como está e com uma campanha brilhante, ficou onde estava.

O Corinthians jogou contra um dos lanternas do campeonato acreditando que venceria porque estava motivado para isso. E muito, não era pouco. Tinha ao seu lado uma invasão de mais de 40 mil fiéis.

Tomou uma virada porque não jogou nada daquilo que treinou durante a semana. Não jogou para ser campeão e pode até ser.

Mas.

Agora o Campeonato está travado lá na frente. Corinthians de Vasco tem 58 pontos. Botafogo e Flamengo 55. Corinthians, Vasco e Botafogo perderam e o Flamengo depois de meter 5 no Cruzeiro, 3 dos 5 gols em 12 minutos, encostou.

Embolou. Qualquer um desses clubes pode ser campeão nas próximas rodadas. O Brasileirão está aberto para a cadeira de Campeão.

E tem muita gente que ainda não aprova os pontos corridos.

 


Leão está de volta e fica no São Paulo
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Luiz Ceará

Década de 80. Nos corredores escuros da Penitenciária do Carandiru existia um frisson no ar. Os carcereiros abriam as celas e os caras saíam correndo na mesma direção. Coisa frenética. Eu e o cinegrafista Reinaldo Cabreira, da TV Globo emissora em que eu trabalhada, estávamos gravando tudo para o Esporte Espetacular. Cada sorriso dos detentos hetero e cada gritinho dos homossexuais. A cadeia inteira estava correndo para fora. Não era fuga em massa. Eles estavam se apertando para obter o melhor lugar no campo de futebol do Carandiru.

Eles, os detentos homossexuais, cabelos pintados, camisetas rasgadas nos ombros e batom nas bocas. Essa legião foi para trás do gol. Queriam ver a fera de perto. Uma das estrelas de um time que tinha Luiz Pereira, Dudu e Ademir, Leivinha. A Academia do Palmeiras ia jogar contra o time da cadeia mais famosa de São Paulo. E porque atrás do gol¿ Porque embaixo dos três paus estava uma das maiores personalidades do futebol brasileiro de todos os tempos. Um goleiro de quatro Copas do Mundo. Uma lenda que tinha pouco mais de vinte anos de idade e as pernas em out doors espalhados pela cidade numa propaganda de cuecas. Leão, o dono das pernas mais famosas da época. Foi uma gritaria geral, um escândalo dentro da cadeia. Lindo, lindo, gostoso, era o mínimo que ele ouviu durante o jogo, além é claro de promessas de amor e convites para encontro numa cela qualquer. Leão ria e se mostrava feliz. O Palmeir as era um timaço e fazia esse tipo de evento. Era correto politicamente e uma benção para os que viviam nas condições de vida que nós todos sabemos.

Hoje eu vi aqui no São Paulo o mesmo brilho nos olhos desse senhor sessentão. Ele voltou a sorrir, a brincar. Leão está trabalhando no São Paulo como jogava. Com alegria, com muita seriedade e profissionalismo. Ele está recuperando jogadores desmotivados e alguns sem vontade. Está ajudando outros que nem sabiam que ainda poderiam dar o que estão dando.

Leão está fazendo bem ao São Paulo e a ele também.

Em tempo, Leão não sai do São Paulo neste final de ano. A diretoria vai confirmá-lo para  a proxima temporada. Palavra de um alto dirigente que me confirmou a satisfação da diretoria com seu trabalho.


Marcelo Goldfarb é produto da bola 2.
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Luiz Ceará

Para aqueles que acreditam em Papai Noel eu vou me explicar melhor.

Não sou amigo do Marcelo Goldfarb, o empresário de jogadores de futebol que, brincando pelo Facebook com um amigo, falou o que falou a respeito das relações com jogadores de futebol.

Acredito que era brincadeira, porque simplesmente um cara como ele, que nasceu em berço de gente educada não seria burro em fazer críticas deste tipo, de usar um instrumento tão divulgado como o Facebook para criticar este ou aquele.

Marcelo age em particular quando quer fazer críticas, repito, não é medíocre como a maioria dos empresários. Se o amigo do Blog conversar com Wagner Ribeiro, por exemplo, empresário de Neymar, vai entender melhor o que estou dizendo. É um cara calmo, educado e atencioso. E inteligente. Alguns empresários da bola são assim. Mas a maioria é de incompetentes e desonestos.

Repito aqui, porque não gosto muito de responder a cada um que me manda um comentário, porque na verdade não tenho paciência. E meu tempo é estreito, já que tenho mais de um emprego, como a maioria dos brasileiros que batalham no dia a dia.

O Marcelo não é meu amigo. Não temos qualquer relação que não seja profissional. Quando estive com ele foi atencioso e educado.

Repito que redes sociais são um bem e um mal maior que o bem para tudo neste planeta. E isso acontece e não deveria, porque elas são invadidas por pessoas do mal, sempre à disposição da intriga e da inveja.

O resto é farofa e não falo mais desse assunto.


Marcelo Goldfarb é só um produto da bola.
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Luiz Ceará

A história do jovem empresário Marcelo Goldfarb que postou na internet comentários sobre a contratação de seu jogador, o centroavante Rodrigo Bueno do Palmeiras começa do este comentário no Facebook.                                                                                        “Longe de mim boicotar o Palmeiras. Descartei o Douglas lá, porque tenho outros planos para a carreira dele. A idéia, por enquanto, é mantê-lo em clube grande. Quando ele chegar aos 35, 36 anos, aí sim começo a pensar em algo como Guarani, Palmeiras, Noroeste e etc”.

Ele insinuou ainda que Rodrigo Bueno deveria marcar somente quando o Palmeiras estivesse perdendo o jogo, já no final.

Hoje comentamos este fato no Jogo Aberto e também no São Paulo Acontece.

Claro que Goldfarb foi criticado pela maioria, menos por mim.

E é simples a explicação. Primeiro saquei logo de cara que só poderia ser uma brincadeira entre amigos, porque conheço o cara e sei que é um moleque do bem. E segundo porque um empresário não seria burro o suficiente para fazer uma imbecilidade dessas com sua carreira, que está ainda no inicio. Ele tem apenas dois ou três jogadores de alto nível. A maioria é pé de rato, como diz o Neto. Entra no bolo pra fazer algum dinheiro.

Empresários trabalham assim mesmo.

O problema é mais embaixo. A culpa dessa situação é, primeiro, da liberdade que as pessoas acham que tem na Internet. Não temos, somos o tempo inteiro vigiados. Você escreve e todo mundo lê.

Segundo porque o clube tem diretores acostumados a não fazer nada além de atender telefone. Os jogadores são oferecidos às pencas. Qualquer ser humano, inteligente como Goldfarb ou imbecíl como a maioria dos empresários da bola, liga e liga e oferece e oferece. Os diretores estufam o peito e dizem pra eles mesmos, do alto de seu egocentrismo, “Eu sou demais. Atendi dez caras que querem me vender fulano. Mas eu quero cicrano. Bom… vamos ver”. E quando o negócio sai, é com dinheiro do clube. Uma contratação boa ou uma péssima, mas sempre com dinheiro do clube.

Qualquer empresário liga para qualquer diretor. É um ciclo sem fim, sinal dos novos tempos do futebol.

O caso é pequeno se formos ver o tamanho da lama podre que rola por baixo das negociações que envolvem a bola.

Goldfarb sabe disso e os diretores, todos também.

Fato antigo.


A hora de Jorginho.
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Luiz Ceará

Acordei com Jorginho na cabeça. Ontem conversei bastante com ele e gravei uma entrevista para o Band Bola, programa que apresento na Band de Campinas. O que mais me impressionou neste ser humano totalmente alfa, é que ele além de ter sido excelente jogador, bom filho e bom pai, fala da família com um amor de contagiar. Com os olhos cheios de lágrimas que teimaram em não escorrer, ele falou do amor e da importância da esposa, do quanto ela cuida dele. E do sofrimento da perda do filho a que eles foram expostos. Da briga com Deus pela perda e hoje do agradecimento pelo sofrimento que só fez com que eles crescessem como seres humanos. Papo de espírita, de quem acredita como eu, que estamos aqui apenas por um período e que tudo o que fizermos de bom ou ruim, será pesado quando ocorrer a passagem.

Gosto mais hoje do que gostava dele como pessoa, sério no trabalho, conhecedor e moderno na maneira de imprimir sua marca. Jorginho é hoje o sonho dourado de mais de um clube grande para a próxima temporada. É o competente treinador a ser contratado.

Vale ouro pelo que sabe e pelo que faz dentro do vestiário.

Qualquer duvida, é só conversar com os jogadores da Lusa, a Campeã da Série B.

Tags : Jorginho