Negras de merda, voltem para Cuba.
Luiz Ceará
Fiquei irritado com essa frase que eu li na folha esporte esta manhã. Sempre acordo bem e isso me ajudou a colocar o pensamento em ordem.
Então vamos lá. Quem disse isso foi um brasileiro. E falou a insana frase à beira de uma quadra de vôlei. Gritou a frase na orelha de duas jogadoras cubanas do Minas. O jogo era entre o Minas e o Rio Sul.
“Gente, estou muito triste e me sentindo muito mal”, finalizou Daymi, ao lado de Herrera, as duas cubanas do Minas.
Dia 29, Wallace, do Cruzeiro foi chamado de Macaco por uma torcedora do Minas.
Neste país tão generoso de uma gente amiga, num continente abençoado por Deus pela sua combinação de raças e cultos, cabe racismo? Pode um atleta de ponta no vôlei ser chamado de bicha? Isso pode num país que vai mostra sua Copa do Mundo a todo o planeta e depois, em seguida uma Olimpíada? E numa cidade tão linda e cultural como o Rio de Janeiro? Que vai mostrar o tamanho da força de São Paulo, uma das cidades mais fantásticas do mundo?
O Brasil que eu amo e que me deu um bisavô negro, uma bisavó italiana, um avô espanhol e outro mulato e uma avó alemã e outra espanhola, pode ser racista?
Isso cabe?
Não, porque eu não aceito essa gente, que sei, são poucos, mas também sei que são sementes de um mal que se não for arrancado agora, vai gerar frutos ruis. Se nada for feito pelo nosso povo que freqüenta quadras de vôlei, basquete, areias, campos de futebol e qualquer lugar onde seja mostrado um evento esportivo, isso var crescer e cresce. E quando formos ver, lá na frente seremos uma gente triste e raivosa. Não espero nada de políticos nem de dirigentes esportivos. São farinha do mesmo saco. Espero uma revolta pacífica de quem freqüenta o meio.
Nós não somos assim e não aceitamos racismo. Estarei sempre aqui, enquanto me deixarem, dizendo não.