Cenas de um cotidiano.

Mulher ao volante e o filho de ‘15 anos no banco, ao seu lado. A moto espera o semáforo ficar no vermelho e rapidamente toma à frente do carro. O carona desce com uma arma na mão e anuncia o assalto. Leva o carro, um Go,l e a bolsa da mulher. Tudo o que ela tinha. Documentos, cartões de crédito,um pouco de dinheiro, enfim tudo.

O assaltante oferece dez reais para ela ir de ônibus para casa. Uma humilhação que não tem medida.

Um jogador de futebol é rendido com sua mulher.Eles viram reféns de um seqüestrador. Está em andamento um seqüestro relâmpago,algo comum em nosso país, como o roubo do carro citado acima. Horas depois é solto e os seqüestradores levam mil reais, segundo ele.

O jogador de futebol é Valdívia. Ele quer sair do país, que é violento em seu cotidiano. Ele pode fazer isso.

A mulher dorme mal desde o dia do assalto.O rapaz vai precisar de um tempo para esquecer o rosto do assaltante que aparece nos pesadelos dele.

Há dois meses ela vive o drama que acontece a cada minuto neste país.

A mulher é minha esposa e o rapaz meu filho.

No Brasil a vida não é tão fácil, mas eu não posso e não vou sair daqui.

Que Valdívia tenha melhor sorte.