A Espanha não joga futebol, joga bilhar.
Luiz Ceará
Itália e México mostrou a dificuldade que o Brasil vai enfrentar. O México é um time perigoso o tempo todo e não pipoca. A Itália é mais moderna do que já foi um dia. Toca a bola e tem jogadores excepcionais. Pirlo, Balotelli e Cia mostraram uma seleção diferente, sem medo de ser feliz dentro de campo. Não é mais aquele time pragmático, se defendendo o tempo todo e saindo na boa. Não, não é mais assim. A Itália vai em direção ao gol com sede e fome. E tem a bola para de Pirlo, monumental. E tem a marra de Balotelli, um astro no sentido amplo. Procurou o gol e até achar. Achou.Chicarito Hernandez marcou de pênalti o gol dos mexicanos.
No outro clássico a Espanha alugou a bola e meteu 2 a 1 no Uruguai. Sem problema, administrando o jogo ao seu modo. Tocando, tocando e tocando. Um escândalo esses espanhóis.
Um gol de Pedro ao estilo Neymar. Um bambu de fora da área. A bola bateu em Lugano e enganou o goleiro uruguaio. No segundo, como num jogo de bilhar Fabregas meteu Soldado milimetricamente e 2 a 0. Um baile no primeiro tempo.
Outro, sem chances no segundo, a não ser pelo gol solitário, de falta e com grande categoria de Luis Soares quando o juiz se preparava para apitar o final.
Ocorre que a Espanha, mesmo com jogadores em final de temporada sobra contra a maioria das seleções do planeta. E só tem um problema. É de identidade.
Os jogadores não sabem se gostam de futebol ou bilhar. Ficam mais de 70% do tempo de jogo com a bola, não erram passes e muito mais que isso, acertam jogadas milimétricas. Assim não dá.