Luiz Ceara

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O Derby dos 100 anos.
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Luiz Ceará

O Derby de Campinas completa 100 anos. Já teve um jogo entre os dois times este ano. Era o Derby dos 100 anos, era o jogo da história dos clubes, dos treinadores, dos jogadores. Esse clima passou para as ruas. Dias antes do Derby, houve Derbynho, entre as categorias de base. No campo do Guarani, Dois jogos que a Ponte Preta venceu.

Na rua, por causa disso morreu um torcedor espancado.

Os clubes então, em caráter de emergência resolveram que a partir daquele jogo que viria a seguir não haveria mais duas torcidas nos estádios. Medida máxima de segurança.

Mas o destino quis que Ponte e Guarani jogassem de novo um Derby este ano. Depois de eliminarem o Corinthians e o Palmeiras do Paulistão.

Os jornais e as rádios não perderam tempo. É o Derby dos 100 anos, é o jogo da carreira de treinadores e jogadores. A mesma história.
Uma reunião na Federação Paulista resolveu quebrar o acerto anterior.Haverá torcedor da Ponte no Brinco. Dos 22.150 ingressos, 1.456 serão para os torcedores da Ponte Preta. Acerto na FPF, com os presidentes dos clubes, Polícia dando respaldo e o escambal.

Um erro, na minha maneira de ver.

E a reunião entre o Prefeito da cidade, os presidentes dos clubes e a Polícia há pouco mais de um mês atrás?

Tudo enganação.

Para a Ponte vencer no Brinco não precisa torcedor. E vice versa. Precisa um time bom e um iluminado no jogo. É assim em todos os clássicos. Um bom time, num dia feliz e um iluminado.

O outro Derby teve empate. O de hoje não pode ter porque tem que sair o time que vai encarar o vencedor de Santos e São Paulo.

É preciso ter cuidado na Cidade de Campinas. Em toda ela.
O Derby não é da paz coisa nenhum.a O Derby é jogo de bola, aposta no vencedor, sangue fervendo, irmão contra irmão. Isso é o que é o Derby.
Por isso era preciso manter a palavra que foi quebrada em nome do consenso. Lorota. Hoje tinha que ser Derby de uma torcida só, porque o vândalo tem que saber que existe a lei acima de tudo.E palavra.
Vamos ver.

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Tite acertou, Felipão errou. Deu Corinthians.
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Luiz Ceará

Luciano do Valle, simplesmente o melhor, narrou o derby de São Paulo como só ele sabe fazer. Brilhante. Lance a lance.

Um Derby em alta velocidade no primeiro tempo. Um tempo do Palmeiras, meias veloz, mais certeiro, mais entrosado. Tudo estava dando certo. Marcos Assunção ganhou uma narração incrível de Luciano no seu golaço. Chutou de longa distância, a bola desviou e enganou o goleiro Julio Cesar. Indefensável, bola ao estilo de Assunção. Valeu o primeiro tempo.

No segundo Luciano narrou o erro de Felipão. Ele tirou Maikon Leite e acabou com a velocidade sincronizada do Palmeiras. Matou o time. Antes, com duas bolas que passaram por Marcio Araujo o Timão fez os dois gols para ficar à frente no placar do jogo.

O Palmeiras sem Maikon Leite foi presa fácil para o bem arrumado Corinthians de Tite, cara sério, focado e sem invenção num jogo tão importante.

Quando o jogo acabou, o Corinthians estava momentaneamente em primeiro na classificação geral. De quebra, caiu a invencibilidade do Palmeiras.

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O ódio está na cabeça de muitos. A maioria neste caso, perde.
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Luiz Ceará

Em 3 de Junho de 1979 o Guarani jogou contra a Ponte Preta um derby com seu maior público. Cerca de 39 mil pagantes no Pacaembu. A Ponte Preta tinha em campo o time de 77, Vice-Campeão Paulista. O Guarani o time de ouro do Campeonato Brasileiro de 78. Um dia de festa para o futebol com dois dos melhores clubes do país na época. O torcedor saiu do estádio feliz e voltou pra casa sem problemas.

Ontem um torcedor do Guarani foi enterrado vitima de uma guerra de rua entre as duas torcidas. À tarde a sede da Torcida Organizada Fúria Independente foi invadida pela PM depois de uma denuncia anônima. Foram encontradas barras de ferro e tacos de madeira, armas prontas para um confronto que havia sido marcado para a noite com a torcida da Ponte.

Trinta e cinco torcedores foram detidos e depois liberados. Havia uma garota de 12 anos entre os torcedores. À noite, numa avenida da cidade torcedores da Ponte atacaram carros e procuravam torcedores do Guarani. A guerra entre facções da torcida dos dois clubes, inflamados pela morte do dirigente da Fúria Independente está escancarada na cidade.

Melhor seria cancelar ingressos e fazer o jogo sem torcida. Acabaria com a violência? Não, ela não está dentro dos estádios, nem nas ruas, pontos de ônibus ou metrôs. A violência está na cabeça de muitos, mas não da maioria.

Neste caso, o ódio, o espírito de vingança, venceu. A maioria perdeu. Uma reunião entre os presidentes de clubes e órgãos municipais mais a polícia decidiu ontem á tarde que os derbys em Campinas terão daqui pra frente, uma só torcida. Vamos ver.

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Ponte x Guarani, o derby manchado de sangue.
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Luiz Ceará

Quinta-feira passada Ponte Preta e Guarani jogaram duas vezes à tarde. Dois derbys das categorias de base no Estádio Brinco de Ouro. A Ponte Preta venceu os dois jogos por 2 a 1. Algum problema?Sim e não.

Não porque ganhar ou perdeu faz parte do jogo de futebol. Jogar bola traz muita felicidade a quem joga.

Sim, porque o futebol já não faz o torcedor se sentir bem. Muita coisa mudou nestes anos tristes. O que era expectativa e um frizonho na barriga virou ódio e vergonha. Peder não é mais do jogo. É vergonha.

Depois dos derbinhos dos meninos, alguns torcedores das duas torcidas mostraram do que é capaz a capacidade de odiar. Brigaram numa guerra marcada pela internet. Anderson Ferreira microempresário de 28 anos era diretor financeiro da Fúria Independente e foi agredido na batalha da Av. Ayrton Senna pelos torcedores da Torcida Jovem da Ponte. Teve politraumatismo craniano – traumas na cabeça- e muitos hematomas no abdômen. Morreu ontem e foi enterrado hoje pela manhã.

A morte manchou o derby campineiro de sangue. A Policia Militar quer o jogo na cidade e dá garantias. Os treinadores divergem. Vadão técnico do Guarani quer o jogo em outra cidade e Gilson Kleina da Ponte Preta disse que nas estradas poderá acontecer mais violência que no campo ou no entorno dele.

O que fica no ar é a sensação de impunidade, de descaso, a morte estúpida do torcedor, a agressão cruel, a falta total de segurança para quem gostaria de assistir ao Derby no estádio.

Isso não é futebol.

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