Luiz Ceara

Arquivo : Vasco e Corinthians

No jogo do Vasco e Corinthinas valeu ver Usain Bolt.
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Luiz Ceará

Douglas tinha a bola do primeiro tempo. Ela veio pelo alto, da direita e na cabeça dele. O goleiro estava perto e era somente meter a testa forte do outro lado do goleiro, espaço que estava livre.

Ele cabeceou pra baixo, a bola bateu no chão e saiu por cima da trave.

Duglas deitou atrás do gol e não acreditou no que havia feito.

O lance mostra o que foi o primeiro tempo de Vasco e Corinthians. Um jogo de criatividade quase nenhuma, de muita marcação, faltas e com um árbitro no mínimo esquisito. Tipo, fala muito.

Agora no intervalo eu penso que posso estar meio de mau humor. Pode ser. Depois de ver Fabiana Murer desistir de seu sonho com tanta facilidade, das meninas do futebol se despedirem melancolicamente da competição, do vôlei feminino estar tão desajustado e do basquete feminino passar vergonha e mostrar tanto amadorismo, credito que fiquei afetado.

Vamos pro segundo tempo de Vasco e Corinthians.

Jogo pior que no primeiro tempo. Para um domingo com cara de chuva e frio, até que deu, mas pelos dois gigantes que estavam em campo, foi pouco.

Melhor foi dar uma zapeada na hora da final dos 100 metros em Londres.Usain Bolt, um raio humano fez incríveis 9s63, um fenômeno.Um campeão olímpico de arrepiar.


A força oculta do Vasco.
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Luiz Ceará

O futebol sempre foi sinônimo de poder. Desde as peladas de rua, onde o dono da bola, que sem sempre era o craque, mandava no time. Escolhia os melhores e quase sempre vencia. Porque no futebol como na vida, tudo não passa de uma caixinha de surpresas.
O jogo só termina quando o juiz apita. Mas ele pode ter feito muita bobagem e o melhor nem sempre acabou de vencer.
Quem é melhor neste Brasileirão? Corinthians ou Vasco?
Pelo que li nos jornais de hoje, nos cadernos de esportes que é a primeira leitura deste repórter, o Timão só não será campeão se houver muita conspiração.
Não é assim, mas não é mesmo. Não fico ao telefone no meu escritório ligando pra um a pra outro pra saber notícias, estou nos treinos. No dia a dia. Olho nos olhos dos jogadores e treinadores. Converso, troco informações e procuro traduzir gestos com a experiência dos meus 35 anos na bola.
Sei que o Timão pode ser campeão, porque, como disse o Tite, merece pelo que tem trabalhado. Vejo isso nos olhos e atitudes do elenco. E Tite, merece.
Mas há um problema. O Vasco. E o que ele se tornou, infelizmente pelo mal que atingiu nosso querido Ricardo Gomes.
O Vasco é outro. Não é movido apenas pela genialidade de Juninho Pernambucano ou de Felipe. Os dois são como vinho envelhecido de forma correta. Saborosos, soberbos.
O Vasco tem uma força que vem do íntimo de seus atletas. Que é maior que a bola que eles estão jogando. O Vasco é um time que joga para ser campeão por Ricardo Gomes. Isso é muito.
Existem forças no futebol que não se explicam.
Dr. Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória de 58 me contou pessoalmente durante uma entrevista para o Fantástico quando eu trabalhava naTV Globo, que na final da Copa ele tinha que explicar aos jogadores sobre a camisa azul. A Suécia iria jogar de camisa amarela. Como explicar aquilo? Não teve duvida. Dia 24 de Junho de 58, às 13 horas, ele entrou no vestiário com as camisas e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos. “Vamos ser Campeões, vamos jogar com a camisa da cor do manto de Aparecida”. E o Brasil foi Campeão.
Jogou mais que a Suécia, mas tinha na mente dos jogadores um manto azul também.
O Vasco tem Ricardo Gomes, o Corinthians o merecimento.
O que será mais forte?


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