Luiz Ceara

Arquivo : setembro 2011

Garrafa pra vender
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Luiz Ceará

Foi um Flamengo e Corinthians para ver como os jogadores reagiam ao momento de pressão. Nada a ver com a invasão de três ou pouco mais ao CT, coisa de pau mandado.Nem com a questão do pum, puro factóide estilo Luxemburgo para tirar o foco da má fase.

O jogo de ontem foi pra ver quem tinha garrafa pra vender, como diz meu querido mestre Juarez Soares, o melhor e mais brilhante comentarista com quem eu já trabalhei. Era a hora da verdade. Diante da Fiel, com Ronaldinho Gaucho cheio de vontade, o timão venceu de virada, a sua cara.

E mostrou que além de ainda ter muita garrafa pra vender, tem Liédson na grande área. Visceral. E que o Imperador está voltando. Ele foi até a boca do túnel ontem à noite para meter fogo no time. Mais alguns degraus e ele tá na arena. Já imaginaram? É só esperar.

Vou até a padoca da esquina comprar pãozinho. E mortadela. Café da manhã daqui a pouco e depois vamos agarrar que atrás vem gente. Bom dia a todos.

Tags : Corinthians


Difícil escrever sobre Sócrates
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Luiz Ceará

Estou muito triste com o estado de saúde do Magrão. Ele sempre foi um cara sorridente, simpático, cheio de vida e de uma inteligência rara. Líder.

Mas aí, o que era uma cervejinha virou vício. Sócrates é alcoólatra. Quem é nunca vai deixar de ser. Sócrates terá de lutar cada dia, cada hora nos próximos anos para ficar sem beber. Pode fazer transplante, terapia, macumba, o escambal. É alcoólatra e vai ter que lutar contra isso.

Do ponto de vista médico, pode se safar vai ficar inteiro.

Do ponto de vista espiritual, vai resolver isso depois da passagem. Mas pode progredir aqui nesta terra. Evoluir.Nós todos que sabemos deste caminho longo e seguro, oramos para que ele passe a caminhar nesta direção. Com toda sua inteligência, haverá de saber que existem muitos caminhos para se chegar a Jesus.

A vida do Magrão não tem que ser igual à de Garrincha, que não conseguiu me dar uma entrevista por conta de seu estado de saúde. Ou à de Jorge Mendonça, que eu vi numa cama, com sol de três da tarde, debaixo de um cobertor tremendo de frio. Delirando.

É difícil ler isso que estou escrevendo?

É mais difícil escrever.

 

Tags : Sócrates


Vai tarde, Valdívia
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Luiz Ceará

Valdívia voltou ao Palmeiras e encheu a torcida de alegria. O treinador viu seus problemas chegando ao fim. O Mago resolveria.

Quarenta jogos depois, 5 mirrados golzinhos. Neste ano, 21 jogos dos 53 que o porco disputou.

Contusões, viagens para o Chile pra “jogar” na seleção e mais nada.

O “Estadão” deu que o chileno vai embora por 8,25 milhões de euros, cerca de 15 milhões e cem mil reais.

O torcedor não é otário para ser enganado. Felipão não é burro para acreditar que Valdívia fazia questão de jogar. Nunca fez. Não teve compromisso com a camisa do Palmeiras e muito menos respeitou seus companheiros de trabalho, deixando sempre o time na mão.

Vai tarde.

 

Tags : Valdívia


Rogério Ceni, o dono do Morumbi
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Luiz Ceará

Rogério Ceni era o que chamamos hoje de “boleirão” aos 17, 18 anos, quando subia pelo túnel do Morumbi para treinar. Terceiro goleiro teve que esperar, acredito, uns dez anos para jogar. Passava pelos reportes, que naquela época ficavam pela região próxima às traves, e sempre sorrindo, brincalhão, quase pedia para dar entrevistas. Morava no Morumbi, debaixo das arquibancadas.

O tempo era outro. Hoje ele escolhe os dias para falar com a imprensa, participa de reuniões de negócios, e tem muitos. Fala inglês, acredito que espanhol e italiano. Ouve rock, sua preferência e toca violão. Tem duas filhas que vez ou outra são vistas ao lado dele nos treinos. É como a maioria de nós um pai dedicado. Ausente como a maioria de nós por causa da profissão. Deve ir ao cinema com a mulher, sair para jantar. Rogério Ceni seria um igual, se não fosse Rogério Ceni. Ele parece um cara normal, mas não é.

Do alto de seus mais de cem gols se tornou uma lenda. Um goleiro imbatível neste quesito. O maior do mundo. Sua saída de bola é de fazer inveja. Não chuta, passa, lança. Debaixo dos três paus é seguro, elástico, gelado. Nestes anos somente as dores o tiraram do espaço da pequena área. Por isso ele completa mil jogos com a camisa do São Paulo e se confunde com a história do clube de seu coração.

Depois de tudo isso que eu contei, me esqueci que o sorriso na boca continua o mesmo de quando ele chegou. Sincero. E o olhar, não duvide o amigo do Blog, é e sempre será em direção à ponta da tabela. Por isso ele é um Campeão nato, sempre em busca do próximo título.Esta é a sua sede.

Dizem que ele manda em tudo. Eu acredito. Líder é assim mesmo.

 


Abençoado Ronaldo
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Luiz Ceará

Engraçada a vida. Na homenagem a Ronaldo no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa em São Paulo eu tentei primeiro falar com o prefeito Kassab. Ele não me olhou no rosto embora estivesse na minha frente. E seus assessores cuidaram para que ele ficasse longe da câmera do André Alexandre, meu parceiro. Quando eu entrevistava com muito prazer Henrique Guimarães, judoca de três Olimpíadas e medalha de prata em Atlanta, Ronaldo passou por mim. Acabei a entrevista e saí no encalço do Fenômeno. Cumprimentei Ronaldo que estava ao lado do Kassab. Ele sorriu, brincou comigo e me deu uma entrevista exclusiva, que a Band mostrou no Jogo Aberto. Falou da importância do que iria fazer. Ele virou patrono do Centro Olímpico e o cargo quer dizer arrumar dinheiro para tocar projetos no esporte. Ele vai fazer com prazer.

Os grandes pintores, escultores, compositores e artistas em geral têm seu patrono. É comum, e facilita a vida de quem tem que pensar para dar prazer, conquistar, fazer sorrir e chorar, no caso dos artistas. No esporte, e neste caso, de alto rendimento, a participação de um Midas como Ronaldo pode fazer com que grandes promessas virem realidades.

Abençoado Ronaldo.

E o Kassab?E a entrevista? Nem me lembro dele. Passou.

Tags : Ronaldo


Ronaldinho está de volta
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Luiz Ceará

“Feliz! Eu estou feliz! Pena que não pude jogar ao lado do Ganso”.

Depois de voltar à seleção para arrumar o time do meio pra frente, com criatividade e lucidez, Ronaldinho saiu de campo querendo mais. Ganso, ele queria jogar mais tempo ao lago do jogador que o país inteiro quer ver mostrar o que sabe na seleção. Nossa maior expectativa. Ganso. Ele se machucou e ficou pra outra vez.

Ronaldinho criou, meteu bolas maravilhosas para os jogadores de frente e para os laterais. Maduro, ele correu o que necessitava pra brilhar. E brilhou.

Quase fez de falta. Deu uma de presente para Leandro Damião no primeiro tempo e outra para Pato quase fazer de cabeça.

Ronaldinho Gaucho flutuou no Craven Cottage em Londres e mostrou como se ‘vê o jogo”. Experiente, ele comandou meninos e exercitou sua natural liderança com os mais veteranos. Gana? Time de segunda linha, mas valeu para Mano poder respirar.

Enfim, Ronaldinho está de volta.

 


Andrés Sanches para Prefeito
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Luiz Ceará

Andrés Sanches tem planos. Uns ele conta, todo mundo sabe, outros não.

Ele quer sair em 15 de Dezembro. Deixa a presidência do timão em alta, pelo menos é o que ele quer. Como Campeão Brasileiro. Vai pra praia com a família, correr atrás do que todos nós corremos nas férias. Contato com nossos filhos mais de perto e isso inclui café da manhã, praia, conversas e descansar sabendo que ao acordar eles estarão por perto. Pisar na areia da praia, tomar uma sossegado e principalmente desligar o telefone por um período do dia, senão o dia todo.

O que as pessoas desconfiam, mas ele não conta, é que ele pode sair para prefeito de São Paulo no ano que vem. Pelo menos é o que indica sua postura de político ao lado do ex-presidente na festa do timão sábado passado. E depois disso, continuar como político à frente da CBF, como presidente.

Alguém duvida disso?

Tags : Andrés


Tite não cai
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Luiz Ceará

E porque Tite não balança?

Tite é um excelente treinador, dentro e fora de campo. Sabe trabalhar o grupo. Tite é respeitado pelos jogadores. Todos. Eles, os jogadores do timão, preferem Tite a qualquer outro neste momento. Estão “fechados” com o treinador. Ele não joga, portanto não faz gol, e mais: qual treinador colocaria hoje no banco de reservas esperando uma chance para entrar, jogadores como Alex e Emerson Sheik ?

E tem mais uma. Quando os corneteiros entram na sala do presidente ou cobram pelos corredores do Parque São Jorge a queda de Tite, ele responde: “Me passa o cheque que eu demito!”.

Tite não cai.

Tags : Tite


Marcelinho Paraíba, moleque da segundona
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Luiz Ceará

A Série B está eletrizante. Ou não? Aqui em Recife, o Sport de guerra, na Ilha do Retiro, espancou o Guarani num 3 a 1. Fácil? Não, foi uma difícil vitória consolidada no segundo tempo graças ao melhor time do Sport. E a Marcelinho Paraíba, uma sensação aos 36 anos. O moleque da segundona comandou seu time que está encostado nos líderes.

Portuguesa, Ponte, Americana e Náutico estão também numa tremenda saia justa lá na frente, diferença de um ou dois pontos. Um suspiro, um respiro e muda tudo.

O destaque é negativo. Nivaldo de Cillo, repórter da Band deu com exclusividade na tela que o Guarani está com três meses de salários atrasados. Uma lástima, prova maior que a incompetência da diretoria do Bugre é clara e cristalina. Fiquei sabendo que há alguns dias um garoto da base foi vendido ao grupo Sondas por 600 mil reais. Gostaria que os verdadeiros bugrinos tivessem acesso a esse contrato de venda. Cadê o contrato¿

Cena na Ilha do Retiro. Jogo entre Corínthias e Sport quando o timão tinha Neto e companhia. No banco de reservas o médico Joaquim Grava era chamado de tudo que é nome pelo torcedor do Sport. Filho da Tuta, vagabundo, safado. E ninguém sabia quem era o geraldino, quem era o cara, porque naquela época o Dr. Joaquim era mais jovem do que é hoje. Cara de boleiro, jeito de boleiro, meu querido amigo Joaquim Grava dava de ombros. Mas tinha sido operado do joelho. Estava legal, mas não tanto. Em determinado momento, um jogador caiu e ele, o Joaquim teve que dar um pique. Saiu mancando, coxo, uma vergonha, um pra lá e dois pra cá. Levou uma vaia e quando chegou ao banco ouviu de um torcedor: “Que cara de pau em aleijado!”. Irritadíssimo ele olhou, mirou no cara e partiu pra cima do alambrado. “Aleijado não!”. Graças a Deus não deu pra ele pular o alambrado.

Tags : Segundona


O gol de cobertura tá explicado
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Luiz Ceará

 

Na coletiva de imprensa ontem, com os jogadores da seleção Ronaldinho Gaucho, Lucas e Ganso, e com o Capitão Cafu, um fato me chamou a atenção. Fiquei sabendo que foi Cafu quem pediu para Ronaldinho chutar e não cruzar a bola do gol contra a Inglaterra em 2002, na Copa.

Quando viu o goleiro inglês adiantado, Cafu indicou a posição e pediu pra Ronaldinho chutar, encobrir. Ele não cruzou, na verdade chutou e fez o gol. Isso muda a posição e a análise de muita gente. Ou não?

E Ronaldinho me disse uma ontem que também mudou minhas idéias. Sei que viagens são cansativas. Ele me falou que estava cansado, muito. E depois da coletiva, e de tantas entrevistas, teve que suportar mais de dez horas até Londres onde encontrou o restante do elenco. Sem descansar o suficiente, como encarar treinos e o jogo?

Eu me pergunto se muitas vezes, nós jornalistas, não fomos injustos com alguns jogadores, não avaliando corretamente essas questões.

Certo mesmo é que veremos novamente o Gaucho na arena, agora com outro elenco a acompanhar seu raciocínio rápido. Ele está com trinta e um, mas a cabeça permanece de peladeiro, criativa e mágica. Vamos ver como se comporta. Se der certo, temos mais um e aquela imagem de que ele não joga na seleção, só nos clubes, vai acabar de vez.

Melhor assim.