Eu olhei para o Ministro Aldo Rebelo. Ele estava em pé, na arquibancada do Ginásio de Basquete do Palmeiras. Atrás dele uma bandeira enorme do Verdão. Ao lado dele um baixinho magrinho, de óculos, ali, como quem não quer nada.
Curioso é que o Ministro do Esporte não tirava o olhar dele. Nem ligava para os presidenciáveis do Palmeiras muito menos para o Walter Torre, dono da Construtora que está erguendo a Arena Multiuso, novo estádio do Palmeiras.

Uma repórter me perguntou curiosa: Quem é aquele tiozinho?Olhei pra ela e vi que era uma moça nova na profissão. Vi que o pessoal da imprensa que cobria o evento não sabia também quem era o velhote magrinho, de óculos ao lado do Ministro.

Um bicão? Um chato que aproveitava a situação para levar uma foto pra casa? Ou algum funcionário da WTORRES?

Claro que eu sabia quem era, mas fiquei calado. Quem não abre muito a boca não engole mosquito, e ademais, eu já havia entrevistado o velhote para a minha reportagem.

Quando foi para a coletiva ao lado do presidente do Palmeiras o Ministro chamou mais uma pessoa para a mesa. Para se sentar ao lado do presidente do Palmeiras.

Ele disse: “ Gostaria de chamar para compor a mesa o senhor Olegário Tolói de Oliveira, Dudu, que junto com Ademir da Guia foi um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, e fez com ele, Ademir, o meio campo mais fantástico do meu Palmeiras. Dudu e Ademir da Guia.

E o velhote magrinho e de óculos subiu a plataforma e se sentou à mesa, impávido colosso, 609 jogos pelo Palmeiras, 340 vitórias, 160 empates, 109 derrotas.

O velhote era Dudu.

Um mito que me havia dito na entrevista que sentirá muita saudade do gramado em que foi dono do meio campo. Que sente saudade dos 8 títulos que ganhou no Palmeiras e que tem um sonho.

Gostaria de jogar na arena nova.

Eu vi Dudu jogar.

Hoje foi dia de ouvir Tite. Visivelmente emocionado, ele falou mais de uma hora com a imprensa. Marco Aurélio, repórter da Globo fez o treinador passar a limpo sua carreira desde o início lá no Rio Grande do Sul. Foi muito para o treinador que vai disputar uma competição em que pode se sagrar campeão do mundo. Faltou nada pra ele chorar na frente de todos.

O momento é muito especial para Tite e seus comandados. Eles chegaram ontem à tarde no clube e quando foram para o Aeroporto uma multidão estava entre o CT do Corinthians e Cumbica. Mais de 15 mil fanáticos acenando e desejando boa sorte. No Japão serão mais de 20 mil pelas ruas. Um barulho que o Japão nunca viu nem ouviu. Uma verdadeira invasão.

Dentro de campo um time guerreiro que vai enfrentar uma continuidade de treino com se estivesse no Brasil. Serão 6 treinos até o dia 12. Depois das emoções aqui no Brasil, esse tempo vai arrumar a cabeça dos jogadores.

Não vai ser fácil como o torcedor acredita. O Timão vai fazer dois jogos. Duas paradas duras. Não pode ser bom, tem que ser excelente.

A nação vai vibrar e o barulho vai chegar até o Japão. Eu, nestes anos todos nunca vi uma coisa igual. Emociona o jornalista mais durão quanto mais um cara como seu, chorão. Vamos ver.

Eu disse hoje na Rede TV que os jogadores do Corinthians estão saindo daqui como heróis da Libertadores e podem entrar para a eternidade do clube na volta como Bi-campeões mundiais.
Está dada a largada.

Tudo tem sua hora.

Dia 2 de Fevereiro eu saí da Band. E aqui, neste espaço luxuoso eu recebi como recebo até hoje, muito carinho dos amigos do esporte. Gente que não queria me ver fora da TV.

Agradeci e naquele momento escrevi que sair da Band foi muito triste, mas natural no nosso meio. A renovação estava sendo encaminhada e alguns jornalistas mais experientes tiveram que dar lugar aos mais novos.

Continuei meu trabalho aqui no UOL e me senti prestigiado e feliz. Tento ser melhor a cada dia.

Recebi recentemente um convite da REDE TV e aceitei. A partir de hoje sou jornalista do Departamento de Esportes da casa. Vou ter a honra de trabalhar com novos e mais experientes parceiros de trabalho. Vou trabalhar com Silvio Luiz, meu querido e respeitado companheiro de tantos anos. Vai ser uma honra camarada Silvio, meu professor.

Em breve estarei também numa grande rádio de São Paulo. Muito breve.

Pronto. Já falei o que muitos amigos me cobraram aqui neste espaço.

Vida que segue, tudo no seu exato momento.

Me preparei para ver um jogaço. E vi um jogaço. São Paulo e Corinthians.

Nestes tempos de tanta reclamação dos grandes clubes com respeito à renovação e às contratações, o São Paulo da exemplo.

Como veio com um time misto, pensando em resguardar seus principais titulares para o primeiro jogo da final do Sul-americano, mostrou como as categorias de base são um investimento seguro.

Em campo, Henrique Miranda, Lucas Faria, Casemiro. No banco, Leo, Luis Eduardo, Allan, João Schmidt, Alfredo e Ademilson. Todos esses jogadores são da base. Detalhe: pelo Timão, somente o Goleiro reserva era da base.

Eu cito isso para dar um exemplo claro do que a gente fala sempre por aqui. E mais, ontem esse time sub-20 do São Paulo, bom de bola, perdeu o título para o Santos, outro que investe nas categorias menores. Sorte deles.

No jogo no primeiro tempo quatro gols, um anulado erradamente pela arbitragem. Um 2 a 1 de virada para o SP com duas assistências de Ganso. E o Corinthians fazendo seu treino de luxo contra o Tricolor.

Marcaram pelo SP Douglas e Maicon e pelo Timão Paolo Guerrero.

No tempo final o Corinthians se esqueceu de jogar bola, acredito que por causa da viagem e coisa e tal. O São Paulo se aproveitou e fez o terceiro gol com Maicon de novo.

Venceu o jogo e carimbou o passaporte do Timão, só pra zoar a corintianada.

O Sport foi o ultimo a cair para a Série B, com Figueirense, Atlético-Go e Palmeiras. A Portuguesa e o Bahia se salvaram na bacia das almas.

O Campeonato acabou. Ouvi muita bobagem a respeito dos pontos corridos e do mata-mata, que muitos querem de volta. Ponto corrido premia quem joga mais e melhor, quem se prepara e trabalha duro. Quem contrata com inteligência e algumas vezes, tem uma base boa.

No mata-mata você chega com um grande time e pode ficar de fora pro apenas um resultado ruim numa tarde infeliz. É justo?

A respeito do Palmeiras, nesta segunda tem muita reunião da comissão técnica e diretores. Está em curso a toque de caixa a reestruturação e a programação para o ano que vem aí. Bom sinal.

“Eu ainda nem montei minha comissão técnica. Fui chamado para ser o técnico faz três dias, não dá ainda para conhecer os adversários. É algo que a gente vai começar a fazer agora, eu e o Parreira”, declarou Felipão com simpatia a um jornalista estrangeiro, com menção ao colega coordenador técnico, também anunciado nesta semana.

Feipão disse isso, mas é mentira. É evidente que ele e Parreira sabem de tudo o que está acontecendo no mundo da bola.

No bar do Quim, no Jambeiro, todo mundo conhece a seleção espanhola, a italiana, e os times do brasileirão. De cima para baixo e de baixo para cima.

Imaginem o treinador da seleção e ainda um campeão do mundo, melhor, dois.

Mas é esse jogo de charme que fez de Felipão a estrela da semana e acima de tudo livrou a cara de Marin. Quebrou todos os galhos, uma árvore inteira. O que seria uma pressão insuportável virou uma grande tietagem.

Ninguém fala mais e nem se lembra de Mano Menezes e muito menos de Andrés Sanches.

Esse é o verdadeiro efeito Felipão.

Eu fico pensando em como a presidenta Dilma está numa saia justa com ela mesma.

Dando sinais claríssimos de que quer a “coisa certa” no país, ela evita gente que não interessa e manda demitir funcionários do governo que estão envolvidos em roubalheiras e falcatruas.

Ela demonstra à população que é correta. Escorrega? Sim, porque ela não poderá nunca fazer a pergunta que não quer se calar.

O Lula nunca sabe de nada? Ele não viu nada quando estava no poder? Não estava prestando atenção no trabalho a ele conferido por milhões de votos?

Muito bem, diante disso eu quero dizer que acompanhei meio de longe tudo o que está acontecendo com a seleção via internet, telefone com contatos e leitura, além de ver TV.

A partir de segunda-feira dia 3 estou na ativa, nas ruas novamente por este Blog e pela Rede TV. E logo mais por uma rádio de São Paulo também.

O que eu quero entender é: Como Marin, depois de todas as trapalhadas na convocação do treinador que todo mundo sabia quem seria, que até a apresentadora Fátima Bernardes sabia, que o Quim que é dono do bar que eu freqüento sabia, vai encarar a presidenta e perguntar: “A senhora gostou do meu discurso, do meu jeito de fazer as coisas?”

E depois de tudo ele ainda “caiu” de ser o chefe da delegação do Timão Copa do Mundo de Clubes no Japão. Não faltava nada, só brigar com a galera do Timão.

E mais, teve que “segurar” a bomba do Felipão chamando o pessoal do BB de vagabundos? E depois se desculpar?

Depois disso tudo como está a cabeça da Dilma? Será que ela recebe Marin e Del Nero para um café e um gostoso bate papo?

Como diria meu guru Renato “Bico Fino” Silva em seus momentos de sufoco;” Barata viva não atravessa galinheiro”.

Se eu fosse Marin metia um cação de banho e pulava sete ondas. Já que antecipou o treinador a pedido do Blatter, antecipa também o pedido de Ano Novo. E leva o Blatter junto, quem sabe dá sorte.

O pai do Mauro Beting é o cara que muita gente gostaria de ser. Não no quesito gênio multimídia, craque de rádio TV e Jornais.

Mas o sujeito bacana que sempre estava pronto pra um bom dia, um aperto de mão, uma conversa na redação, um sorriso e uma piada. E uma boa mentira.

O cara é demais. E eu digo é, porque sei que será sempre. Não acredito na morte. Creio na vida além do desencarne.

Hoje fui fazer uma gravação com meninos e meninas da USP, na Faculdade de Jornalismo. A primeira pergunta foi sobre o Joelmir. Quando eu fui responder me lembrei do que o Mauro disse sobre o Joelmir na carta que leu na Rádio. Não agüentei e chorei na frente da molecada.

Lembrei-me do meu pai e de quanto eu ainda me lembro dele mais de 5 anos após a sua passagem para o outro lado. De quanto ele me faz falta e aos meus filhos e netos, bisnetos do Luiz Ceará Jr., meu pai.

Quando nosso pai vai embora, Mauro, meu querido e amado amigo de tantos risos e abraços fraternos, nos resta saber que ele não morreu. Conforta nessa hora e vai confortar sempre. É tudo que temos quando perdemos nosso chão.

A única notícia boa na hora da morte é saber que ela não existe.

Vá em frente que muitas vezes, não todas, ele estará ao seu lado, sério, te cobrando por algum comentário que ele não aprovou. Principalmente se for sobre o Palestra. Mas outras Joelmir vai estar sentado, ou mesmo em pé, rindo e te mandando muitos fluidos de amor, pai que é e será sempre.

Jogo duro, catimbado, de marcação cerrada de um time inferior tecnicamente. Universidad Católica jogou assim no primeiro tempo. O resultado foi o esperado. Cartões amarelos para Wellington, Denílson e R. Ceni, resultado do excessivo nervosismo dos jogadores do São Paulo.

E olhe que o tricolor só precisava não tomar gols. Vida dura ainda mais com um juizão complicado, apenas mais um.

O segundo tempo foi igual ao primeiro. Um massacre tricolor com poucas oportunidades da Universidad. Mas o São Paulo deixou de matar o jogo algumas vezes. Aos 33 Ganso entrou e aos 34 Luis Fabiano perdeu a bola do jogo. Confesso que fiquei com um friozinho na barriga.

Estádio cheio, expectativa de classificação para a final. E o time não matava o jogo.O torcedor estava hipnotizado.

E não venceu, mas levou e joga a final da Sulamericana contra Tigres ou Milionários.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, diz o poeta.

Uma coisa. Felipão teve o dedo nas contratações erradas do Palmeiras e o time caiu porque era fraco, sem um numero suficiente de jogadores de primeira linha. Tinha, mas tinha poucos.

Felipão saiu antes de cair porque fazia parte dos planos da CBF. Foi procurado por Marin e foi conversar com ele, na casa dele (Marin). Lá, na sala principal, tomando água e café ele aceitou o convite para ser o novo treinador. Saiu do Palmeiras para não se arriscar a ficar queimado.

Vou repetir. Felipão foi à casa de José Maria Marin e lá acertou sua volta à CBF.

Outra coisa. Felipão vai ter os melhores jogadores do Brasil à sua disposição. Por um acaso são os mesmos que Mano tem. Não há saída e nem mágica. Essa geração tem Ganso, Neymar, Lucas, Paulinho e por aí vai. Não é muito mais que isso.

Felipão não vai fazer milagres como Marin pode esperar. Com Felipão Marin fica como aquele cara que diz: “Eu dei o melhor, o que vocês queriam, então não me cobrem que eu não jogo, já joguei, mas não jogo mais”. A cara dele.

E Andrés ganhou uma. Fez Marin antecipar a convocação do treinador e mais, pediu demissão. Isso quer dizer que vira a partir deste momento, oposição. E não é um bom negócio ter Andrés, Lula e seus redcaps na contramão. Vem chumbo.

Fiquei todo o dia remoendo a notícia do velho parceiro Bruno Voloch. Ele escreveu que Marin consultou Dilma Rousseff a presidenta, e Aldo Rebelo, o Ministro dos Esportes no caso do Felipão.

Perguntou se eles gostariam, se aprovariam o nome e coisa e tal. Foi isso mesmo?

Se foi, voltamos para 1970 quando o então ditador militar do momento botou Zagalo na seleção e de quebra mandou convocar Dadá Maravilha.

Se Marin não tiver competência para convocar Felipão sozinho tem duas coisas.

Um, ele está morto de medo de fazer uma bobagem tão grande que não possa encarar o torcedor do país depois.

Dois, ele sabe em que estágio de trabalho está Felipão. Segundo jogadores que trabalharam com ele no Palmeiras e mesmo alguns que foram campeões do mundo e conversam à “boca pequena” com jornalistas, Luiz Felipe já não tem a mesma energia e muito menos está atualizado como treinador. Isso explicaria a queda de produção do time do Palmeiras. O que ainda encanta nele é seu poder de trabalhar em mata mata.

Ocorre que numa copa do mundo e ainda mais no Brasil, a seleção precisa estar altamente preparada. Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Roberto Carlos, Marcos e outros grandes jogadores não estão mais na ativa.

O que espera Felipão é o mesmo material de Mano, com pouquíssimas variantes.

Dá?