Ponte Preta – Carlos, Jair Picerni, Oscar, Polozi e Odirley. Wanderlei Paiva, Marco Aurélio e Dicá. Lucio, Rui Rei e Tuta.
Guarani – Neneca, Mauro, Gomes, Edson e Miranda. Zé Carlos, Zenon e Renato. Capitão, Careca e Bozó.
Estes dois times fizeram com que a cidade de Campinas fosse chamada pela imprensa de todo o país de “A Capital do Futebol”. Justo. O bugre foi, com este time, Campeão Brasileiro de 78 e a Ponte Preta, fazia qualquer time do país entrar na roda e por uma situação até hoje não explicada totalmente, embora desmentida a farofa, perder a final Paulista para o gol de Basílio.
Ontem os dois times penaram, para não dizer que quase mataram de sofrimento seus torcedores, os que ainda restaram na cidade que um dia foi a chamada Capital do Futebol.
A Ponte tomou 1 a 0 do ABC e depois fez 4 a 1. Festa e muita festa depois de cinco anos de segundona. A Macaca subiu para a Série A.
O Guarani estava livre do rebaixamento até os 45 do segundo tempo, vencendo o fraquíssimo Salgueiro também por 4 a 1. O São Caetano calou o Barradão e venceu de virada do Vitória. Assim, saiu da zona da morte e fez com esse resultado que o Guarani tenha que lutar por um empate para não cair na próxima rodada.
Sobre o Guarani mais uma coisa. O torcedor bugrino tem obrigação de ir ao estádio sábado, no ultimo jogo do Campeonato contra o Goiás para aplaudir seus jogadores. Eles não recebem salários há quatro meses e ainda estão lutando pela honra de não deixar o time que foi Campeão Brasileiro cair para a Série C.
Aqui não se comenta se o time é bom ou ruim. Aqui se fala de honra, de ser macho, de ser guerreiro e de profissionalismo. De heroísmo. Ou não? Se o Guarani não cair e um empate basta para isso acontecer, o Guarani pode mudar. Esse fato, inédito até que eu saiba, no futebol brasileiro, tem que mudar o bugre, sua história.
Deve haver na cidade, alguém que neste momento esteja escondido na vergonha, capaz de fazer com que o torcedor bugrino volte a sorrir.

Esta tarde nós do SPA na Band entrevistamos Arnaldo Tirone presidente do Palmeiras. E pelo pouco tempo que temos para fazer as perguntas,mais a questão técnica, porque eu fico sempre no Link, quer dizer, não é uma entrevista em que eu estou na frente dele, Tirone não entendeu a pergunta que eu fiz a ele.
Perguntei sobre o caso Pierre. Ele foi praticamente mandado embora do Palmeiras pelo treinador que não queria mais utilizá-lo. Evidente que não foi Felipão quem fez o serviço, mas um de seus assessores diretos. Porque?
Porque o grupo da comissão técnica queria outro jogador. O jogador no caso veio e não resolveu o problema que Felipão achava que Pierre não estava resolvendo. No banco de reservas, Pierre ficou por vários jogos com a camisa 200 e um agasalho por cima. Se entrasse, faria seu jogo 200 pelo clube.
Pierre foi para Minas sem jogar seu jogo 200, e em pouco tempo já era o principal jogador da rodada, eleito pela imprensa esportiva de BH.
Para o Palmeiras de Felipão ele não servia. E agora, que vai voltar, vai servir?
Tiroe não respondeu acredito que porque não entendeu, mas disse que Pierre estará de volta ao elenco para 2012. Bom para o Palmeiras.
E eu perguntei se ele não se sentia com força para ser presidente, já que toda a imprensa de SP informa que sempre quando há um problema ele está viajando. Pelos problemas que eu citei acima, ele também não entendeu e respondeu que “eu estou viajando pelo Palmeiras,e não às custas do Palmeiras”, coisa que eu não duvido e nem tenho o direito de desconfiar. Seria leviano.
Quanto a fazer cobranças ao treinador- que fala mal do time e do elenco em publico, e que tem sérios problemas com o grupo e com funcionários do clube – e isso não é mentira, todos os presidentes fazem, e falam grosso mesmo, porque tem a responsabilidade de dirigir centenas de pessoas e ainda a obrigação de dar satisfações para milhares de torcedores. É normal.
Penso que a entrevista não foi senão uma maneira dos palmeirenses saberem um pouco mais sobre o comportamento de seu presidente, uma vez que ele teve a oportunidade de falar o que tinha vontade.
Tirone, um cara educado e gentil, foi muito bem.

BLOG DO PAULINHO
Tenho respeito por todos os companheiros de imprensa e Paulinho está incluído. Apenas sei com certeza que ele não participa das reuniões do SPA e portanto, não tem conhecimento do que se trata lá dentro e muito menos autoridade moral para duvidar da lisura deste repórter. Menos meu garoto, muito menos.

Conheço Ronaldo, uma lenda dentro do Corinthians desde que ele um garoto e reserva. Sempre muito alegre e de fala fácil. Ronaldo pegava muito nos treinos, e depois jogava de atacante no rachão. Matador o garoto Ronaldo. Mas voltando aos treinos, ele entrava primeiro e saia por ultimo. Treinava duro porque queria ser titular. Virou titular porque pegava muito e porque tinha algo mais em seu caráter de jogador. Era um líder nato. Gritava alto debaixo da trave. Vibrava com as vitórias como um torcedor comum. Era e é torcedor do Timão. Ronaldo é uma lenda viva que comenta futebol hoje em programas de televisão e na Rádio Transamérica, o maior gol do comandante Eder Luiz. Quando a Rede TV! Dispensou Ronaldo errou.
Porque estou falando de Ronaldo se o Blog anunciou Julio Cesar¿ Porque ele é o substituto de Ronaldo. Fala menos, mas não grita menos. Tem a voz mais baixa, não fala tão alto e não é roqueiro assumido e nem canta afinado como Ronaldo, mas pega a mesma coisa. Falha¿ E quem não falha¿ Só que salva o time todos os jogos, como salvou ontem. E digo mais. Se não fosse a atuação brilhante de Julio Cesar, hoje o Timão não seria líder.
Julio Cesar, num campo pequeno como o de ontem, com o torcedor do Ceará fungando no cangote dele, mostrou personalidade, liderança e segurança.
O Corinthians precisa parar de falar em outro goleiro. Os críticos precisam ter mais conhecimento do que acontece dentro de campo, onde ficamos nós os repórteres, e os jornalista e comentaristas corintianos tem que deixar a camisa em casa na hora de trabalhar.
Julio Cesar é o goleiro do Timão e o herdeiro de Ronaldo.
Julio Cesar é corintiano como Ronaldo.
A Julio Cesar o que é dele.

Começou a caçada aos primeiros colocados. Estava até que demorando, mas aconteceu explicitamente hoje pela manhã.
Na fila para comprar ingressos para Palmeiras e Vasco no Pacaembu, até onze horas da manhã,apenas três palmeirenses. Depois, até duas da tarde quando eu saí de lá, mais uns dez. Quase ninguém com vontade de ver a cara de Felipão e companhia.
Depois dos últimos acontecimentos então… o torcedor não é louco, embora apaixonado pelas cores de seu clube. E sofre muito neste momento, isso todo mundo entende.
Mas ir ao Pacaembu pra torcer a favor, por uma vitória, e ver o timão sair por cima…isso nunca!
A novidade é para quem o palmeirense vai torcer esta noite. Quando nós todos da imprensa esportiva ainda tínhamos duvidas, vem o palmeirense e enche a boca.
-” Não dá pra ver o Corinthians campeão. Hoje sou Vasco desde criancinha”.
Aí está. Flamenguistas vão torcer pelo Corinthians e palmeirenses pelo Vasco.
Começou a caçada.

Pierre era e é ídolo do Palmeiras. Um dos amores recentes do torcedor. Estava contundido e fez uma recuperação dolorosa e demorada. Voltou, treinou, se preparou para jogar e começou a ficar no banco.
Porque ele estava sempre com agasalho nos dias de calor, no banco?
Porque ele já tinha jogado 199 vezes pelo Palmeiras e queria fazer o jogo 200. Daí, sempre debaixo do agasalho, mesmo nos dias de calor intenso, estava a camisa 200.
Um sonho que não se realizou porque Felipão não estava interessado mais pelo futebol de Pierre. Ele foi praticamente expulso. Foi negociado por empréstimo em troca de um centroavante, o Ricardo Bueno, que é evidente, não tem culpa.
Essa saída tão turbulenta do grupo de jogadores deixou mágoa. Eu posso dizer que a saída de Pierre, traumática como foi, acabou sendo o estopim aceso da bomba que explodiu ontem com as declarações de Kleber. Ele inclusive citou o fato na entrevista que deu à Band.
A pergunta que fica é: ele vai voltar? Eu mesmo respondo. Vai sim. Para o ano que vem. E como fica Felipão que não o queria? Engole.
Não estou falando sem ter me informado antes, e confirmado a informação. Felipão vai ter que mudar também, se quiser, no ano que vem dirigir o Palmeiras.
Se não andar na linha, pode ser convidado a sair. Gentilmente.

Felipão está enjoado com nossos comentários neste Blog e nos programas da Band,e anda mandando seus recados nas coletivas e dentro do vestiário. Como ele não tem maioria lá dentro, eu sempre fico sabendo de tudo o que ele fala. Muito bem, então é o seguinte: sempre gostei do estilo do treinador, sempre gostei muito da figura dele, alegre, trabalhador ao extremo. Um autêntico campeão do mundo. Quando todos por aqui achavam que o Fenômeno estava acabado ele foi no caminho inverso, conhecedor da alma humana como é. Deu no que eu. Brasil campeão e o fenômeno jogando o maximo e decidindo com Rivaldo e Marcos uma Copa do Mundo. Trabalho de Felipão.
E depois disso¿ Dirigiu uma seleção média, a de Portugal e não ganhou nada. Dirigiu o Chelsea e não ganhou nada a não ser gozação porque não conseguia de fazer entender, como Luxemburgo no Real Madri. E depois foi para não sei onde dirigir um time de quinta categoria. O resultado final dessa epopéia é simples. Muita grana, experiência que não acaba mais e… nada de títulos.
Voltou para o Brasil com a glória que merece e no clube em que é ídolo. Mas está como na Europa, falhando, errando e pior que isso, não tendo a consciência que o futebol é muito dinâmico e muda a cada segundo. Montou um Palmeiras errado, trouxe jogadores que não estavam à altura da camisa e derrapou no caso Kleber. Errou de novo.
Vou repetir. Respeito e gosto do Felipão. Muito, mas meu lance aqui é falar o que penso e no que acredito. Felipão precisa de tempo para se reciclar. Ta por fora, como se diz na gíria. E pior. Vê fantasmas. Quando ele fala que tem empresários apresentando programas de TV, ele tem que fazer como nós. Falamos os nomes. No meu caso, ele está redondamente enganado. É só conversar com uma amiga que temos em comum pra saber quanto eu ganho e quem sou eu. Errou de novo Felipão.

Esta manhã Neymar, Pepe e Romário, três camisas 11 se encontraram com a imprensa para uma coletiva.Falei com o baixinho. Não foi muito tempo mas deu pra trocar uma idéia e passar por algumas conversas antigas.
Ele pra mim que o conheci com 17 anos por aí, continua igual. Não tem essa de Deputado. É o marrento de sempre. Sorri no canto da boca e depois escancara. Gente fina. Na verdade eu disse a ele de cara que meu filho João Antonio ainda guarda com carinho a camisa do Flamengo onde ele autografou:” Ao mais novo rubro negro, um beijo do Romário” Isso tem quatorze anos, foi quando João nasceu.
Lembramos outras coisas que não interessam agora e depois saí para a sala de coletiva. Muita gente e muita risada. Foi um show de bom humor.
Aí vão algumas tiradas.” Quando era treinador e via Romário em campo, mandava os caras rezarem um Pai Nosso e uma Ave-Maria. É o que dava pra fazer”, disse um Pepe bem humorado. E ele disse mais. ”Comprei uma TV de quarenta e duas polegadas pra ver o Neymar na minha sala”. Sobre a marcação cerrada dos zagueiros da sua época, ele disse, ”tenho um dedão com a unha encravada até hoje, que dói”.
Sobre a mesma pergunta, o que dói mais, Romário saiu com essa: “O que dói mais é frieira, dói pra cacete”.
E o baixinho desandou a falar. Olhou para o presidente do Santos e falou:”Depois do Santos, se o senhor quiser pode dirigir o América do Rio, que é o meu time. Ano passado na época da eleição convidei o Neymar pra jogar uma pelada em Caxias. Ele fez tanto gol que eu falei pra ele que os caras tinham que votar em mim, não nele”.
Sobre a pontaria afiada que ele tinha falou que “ meu pé não é mais afiado, mas minha língua está cada vez mais”. E emendou uma sobre o presidente da CBF Ricardo Teixeira: “ O negócio dele é encarar a Polícia Federal”.
Alguém perguntou qual a definição que ele daria ao Neymar, porque sobre ele mesmo, disse que “Eu sou o cara”. Super bem humorado Romário respondeu: “Neymar é o cara numero2”.
Neymar é craque, mas ainda não está preparado para encarar a história de vida de Pepe e Romário, dois dos maiores camisas 11 do nosso futebol. Ficou como nós, ouvindo e se divertindo. Ele também é 11, e será o maior do mundo. Em breve.

Hoje eu vi algo diferente no futebol. Acostumado a problemas e crises, muitos pernas de pau travestidos de jogadores na maior marra,conversei com o futuro.

Verdade pura, falei e estive de frente com o futuro. Meninos de quatorze anos, todos jogadores de futebol. Uns oito meninos. Todos das categorias de base do tricolor, vindos de cidades diferentes. Cada um com um sonho na cabeça, aliás, o mesmo sonho. Jogar no São Paulo.

O detalhe é o seguinte. Lá, em Cotia, no Centro de Treinamento, tem campos de futebol, vestiários, salas de musculação, departamento medico, refeitórios, um hotel, alojamentos, e um estádio de futebol para que os meninos se acostumem com o torcedor. Perfeito. Os alojamentos tem quartos com duas camas, banheiro e dois computadores em duas escrivaninhas, um para cada garoto. Um show.

Jogar bola, no entanto não é a única prioridade por lá. O São Paulo não abre mão de formar homens. Por isso quem não for bem na escola, corre o risco de ser dispensado.

Agora, quem for excelente na escola tem bônus, prêmio. E o premio de um menino com sonho na cabeça de jogar no São Paulo não é conhecer o Morumbi. É entrar no CT, passear pelos campos onde o time principal treina. É sonhar ter um quarto onde dormem Rogério Ceni, Rivaldo, olhar de perto Rivaldo, Ceni, Luiz Fabiano. Isso é sonho.

Almoçar do refeitório dos jogadores de cima. Isso é sonho. E este sonho é para os que jogam, mas exclusivamente para os que vão bem na escola.

O São Paulo está certo. Planeja o futuro.Eu estive na cara do futuro, conversando com jogadores que provavelmente não vou entrevistar quando se tornarem adultos. Já terei parado.                                                                                    Na base, o São Paulo da Show.

No início dos anos 80, Aldo Rebelo nosso Ministro do Esporte era eleito Presidente da UNE. Eram anos difíceis, como foram os que eu vivi no 5º GCAn 90, em Campinas em 68. O Capitão Lamarca caiu na clandestinidade depois de se apossar de um lote de fuzis FAL, quando tínhamos nas mãos o famoso mosquetão. Foi um espanto geral. Prontidão. Noites e noites com medo. Na verdade pelas minhas convicções políticas da época, eu estava mais para acompanhar Lamarca. Mas isso é uma outra história.

O que eu quero dizer é que se tinham muitos motivos reais para tomarmos atitudes radicais. A grande maioria delas pertinentes, embora nossos heróis daquele momento, como José Dirceu, acabaram na água. Suja eu quero dizer. Zé Dirceu é hoje uma mascara feia do que já foi.

O que eu quero dizer é que lutávamos por causas nacionais e então pra gente entrar já no assunto, fico pensando: armar aquela palhaçada toda dentro da reitoria da USP porque a PM prendeu dois maconheiros ou três, sei lá? Maconheiro da USP é moleque que vai pra cadeia assina um papel e sai.

A policia está lá por causa de outra coisa. Do crime, do assalto, dos traficantes. Ou será que quem estuda na USP não pode levar uma geral? Tem que dar livre acesso aos traficantes porque é a USP? Ou os pais e os professores que estão ao lado de seus filhos e alunos acreditam que a maconha e a cocaína, fora outras drogas que são comercializadas livremente dentro do Campus cai do céu? Não. Tem traficante profissa e tem aluno traficante agindo lá dentro. O buraco é fundo.

Hoje vai acontecer algo inusitado no futebol brasileiro. Uma novidade. O time do Guarani de Campinas, com um atraso salarial de quatro meses, um escárnio, joga pela possibilidade de não cair mais no Brasileiro da Série B. Tem 46 pontos e é o décimo segundo colocado. Pode chegar a 49 e aí não cai mais.

Até neste ponto ta tudo bem. O adversário é o caidíssimo Icasa e o bugre está em boa fase. Sabe quando a bola entra? É assim.

Mas tem uma coisa e é aí que eu quero chegar. A maioria, eu disse quase todos os jogadores devem deixar o clube amanhã, depois do jogo de hoje. As ações na Justiça do Trabalho já estão prontas e algumas em andamento. Nada mais comum para um mau pagador.

Mas, o que eu quero dizer que é novo, é a atitude da boleirada. Eles estão jogando há quatro meses sem um centavo, pela fé, pela profissão e pela dignidade. Agora com o time fora da área de risco, nada mais correto que uma boa e certeira ação contra o mal intencionado presidente. Sempre que a batata assou ele estava na fazenda, cuidando de seus negócios.

Agora chega. Pessoalmente e como jornalista que vive o dia a dia dos clubes, estou com os jogadores.

E tem mais. Os que ganham pouco, os funcionários do clube, que é Campeão Brasileiro, também não recebem seu suado salarinho.

Que vergonha!