Luiz Ceara

Arquivo : junho 2013

Tic Tac verde e amarelo.
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Luiz Ceará

O Brasil sobrava em campo e vencia a Espanha por 3 a 0. Pênalti de Marcelo em Navas. Sergio Ramos Bateu pra fora e a Espanha caiu de quatro no Maracanã verde amarelo.

O jogo tinha acabado para os espanhóis, bem como a invencibilidade de 3 anos e 14 dias da Espanha. Um time maravilhoso, moderno, de um futebol belíssimo. Mas eles tomaram um samba no Maraca depois de 26 jogos sem perder de ninguém.

Fred fez 1 a 0 logo de cara quando o jogo tinha acabado de começar. Oportunista pegou uma bola espirrada e mandou pra dentro. Neymar quando o primeiro tempo estava no final foi para os braços da galera literalmente depois de acertar um bambu de perna esquerda, fazendo 2 a 0 na cara de Casillas. E Fred de novo, no início do segundo tempo, mandou um 3 a 0 clássico aproveitando a bola que Neymar deixou pra ele. Bateu de chapa, centímetros longe das mãos do goleiro espanhol.

Jogo de dar frio na barriga e sentir o coração acelerado. Quando veio o Hino o Maracanã cantou forte metendo medo nos espanhóis. Eles não acreditaram no que viria, mas sentiram que não era coisa boa. Não foi.

O Brasil deu olé e sapateou. Meteu a mão pela quarta vez na Copa das Confederações.

Neymar ainda mandou Piqué pro chuveiro num lance que ficou conhecido como “Chora Shakira”. Uma festa.

A Seleção passou o tempo restante gastando a bola, dando Olé e mostrando para o mundo como se joga contra a Espanha. Pressionando, marcando corretamente, com seriedade, com garra, com futebol e gols. É assim que se joga contra eles.

Agora a seleção tem uma cara e um time definido. Se há dúvidas na escalação é outra coisa a ser discutida nos bares do país. O torcedor voltou a sorrir de felicidade.
Detalhe: dentro de campo, e fora dele, porque nossa nação está acordada. Os próximos adversários desse povo guerreiro que se cuidem. Nas ruas é esperado o próximo “Olé”.


A Espanha passou na bacia das almas
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Luiz Ceará

A Itália mostrou ao mundo da bola que a Fúria pode ser domada. Marcou certo e limpo um time que joga o melhor futebol do planeta. Os italianos anularam a Espanha nos noventa minutos e depois na prorrogação.

Os gols quase saíram de lado a lado, mas quase não ganha jogo.

Vieram os penais e a Espanha venceu. Pênalti é tão importante que o presidente do clube deveria bater, disse Neném Prancha.

Mas vale e valeu para colocar a Espanha no Maracanã neste domingo diante do Brasil.

Um jogo desejado e esperado com ardor por quem gosta de bola.

A Espanha está cansada demais para nossa seleção? Não se engane que a resposta é, não está.

No futebol de alto nível existe a tal de Superação de Almeida, que sempre entra em campo para ajudar quem sabe tratar a bola com carinho.

Teremos duas escolas frente a frente. A nossa, que inventou o futebol arte e a deles que copiou e hoje pratica melhor que nós.

O calor do Rio de Janeiro é para os 22 jogadores, mas o frio na barriga fica para o amigo aí.


Paulinho calou Felipão de vez. A imprensa é quem tem razão.
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Luiz Ceará

Não, a seleção não jogou bem. Felipão disse isso e os jogadores também. Quando se tem a real percepção do que falta fazer, a tendência é superar. Foi isso que aconteceu. E por isso venceu e está na final da Copa das Confederações.

O Uruguai jogou tanto mais acertado e denso que valorizou muito a vitória brasileira, suada e cheia de emoção.

Então vamos. Julio Casar defendeu um pênalti batido pelo experiente Forlan. Apagou o ímpeto dos Uruguaios que mostravam que não temiam o Brasil. E, ao final do primeiro tempo, Paulinho faz a jogada em que Neymar concluiu e Fred fez seu quadragésimo segundo gol no Mineirão. O cara é um fenômeno mineiro. Frio, chutando como pode e do jeito que dá. Um gol estranho pela batida na bola,mas que vale.

Os uruguaios empataram o jogo no início do segundo tempo com Cavani.

Felipão colocou em campo o cara que iria influenciar e acender o Mineirão. Bernard entrou no lugar de Hulk para incendiar o torcedor mineiro. A seleção sentiu esse calor e foi pra cima.

Mesmo sem jogar bem e enfrentado um forte adversário venceu. E Paulinho calou os Uruguaio, mas principalmente seu treinador falastrão.

Felipão disse que somente a imprensa gosta de volantes que vão à frente e são goleadores e não brucutus. E Paulinho lhe deu um troco à altura dos jogadores inteligentes e modernos.

Apareceu como um centroavante e surpreendentemente,de cabeça, fez o gol da virada que colocou o Brasil na final.

Agora vamos ao Maracanã, nosso palco sagrado e temos pela frente Espanha ou Itália. Se for a Itália, pouco provável, sinto firmeza numa vitória consagradora.

Mas a Espanha é outro papo. Os espanhóis fizeram bobagem a semana toda mostrando um comportamento inadequado para atletas, frequentando festas e tentando promover encontros com mulheres de programa. Mais um motivo para provar que são os donos da bola no planeta. Todo cuidado contra eles é pouco. Os espanhóis são favoritos, mas o jogo não acaba antes do juiz apitar.


Duas torcidas. Uma dentro de campo, outra do lado de fora, pela paz.
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Luiz Ceará

Daqui a pouco vamos passar apertado contra o Uruguai. É um erro acreditar que vai ser fácil e que já estamos contra a Espanha na final no Maracanã.

O Uruguai não é melhor que o Brasil, mas tem três atacantes de primeira linha.

Se eu acredito no Brasil?Sim, com certeza, e se passar nossa seleção estará em minha opinião com a obrigação feita. Por que?

Porque passar pela Espanha é outra coisa e nossa seleção terá dado um passo importante para ter um time competitivo na Copa do Mundo.

Felipão está no caminho correto, mais feliz e bem assessorado.

Seu pecado é gostar demais do Hulk, apenas um bom reserva para mudar o jogo se necessário.

E outra coisa. O efetivo policial hoje me Minas é o dobro dos outros dias. Cem mil pessoas devem protestar hoje em direção ao estádio.

Sim, o bicho vai pegar, mas nossa torcida é para que nada de grave aconteça.

Teremos duas torcidas. Dentro do Mineirão pelo Brasil e no restante do país, pela paz fora dele.


O Brasil imita a França na hora do bicho pegar
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Luiz Ceará

Na Copa da França, durante mais de trinta minutos antes da final ter início, o Estádio gritava pelos “azuis”, os jogadores da seleção. Uma baita seleção. Quando nosso time entrou em campo com Ronaldo fora de combate pelo que todos estão carecas de saber, o estádio estava em chamas. Uma chama azul, vinda do fundo do coração dos franceses. Eles cantaram o hino, não, eles gritaram o hino e empurraram sua seleção para a vitória e conseqüente conquista da Copa do Mundo da França. Eu estava lá e senti cheiro de queimado quando percebi o que a galera queria. Ela queria a taça e sabia que sua seleção ia jogar contra os bichos papões. Deu no que deu.

Estou vendo a mesma coisa nos nosso estádios. A galera está dando aos jogadores o combustível para enfrentar a Espanha, o inimigo a ser batido. Amor, devoção, emoção e respeito. O espetáculo dos estádios cantando o Hino Nacional é único.

Hoje o Brasil enfrentou um time da elite. Foi bem e goleou. O combustível funcionou.

Fora Hulk que eu não engulo – tem dezenas iguais a ele neste país – o time foi bem. Quem jogou e quem entrou.

Nossa seleção tem que estar em combustão total na tarde em que a Espanha foi o adversário, como a França fez conosco em 98.

Tags : Brasil


Num confronto com a Espanha, o que jogamos hoje é pouco.
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Luiz Ceará

Nossa seleção começou bem nesta tarde em Forlateza. Tudo estava dando certo. O hino cantado pelo estádio mesmo depois que o playback da FIFA cumpriu seus 90 segundos e parou. Foi um momento emocionante.

Como o início do time, acelerando pra cima dos Mexicanos. Bom jogo e um golaço de Neymar. Ele quase fez outro que seria mais lindo ainda, quando deu um toque de peito, se livrou do zagueiro e chutou de perna esquerda. Lindo.

Foi só isso até deixar os mexicanos mais encorajados. Gostaram do jogo e por mais de uma vez chegaram perto do empate.

O segundo tempo foi mal pela expectativa que se tinha, mas não para o que se pretendia a vitória que praticamente classificou o Brasil para a próxima fase.

E tem Neymar. Puro talento, ele fez uma jogada de pagar o ingresso de novo. Passou pelos zagueiros e deixou Jô na cara para fazer mais um gol. Foi um 2 a 0 pra gente ter a certeza da recuperação técnica de nosso maior jogador.

O próximo jogo será contra a Itália que acredito, mas não sei de verdade neste momento, se venceu o Japão. Brasil e Itália será no sábado.

Uma coisa é certa. Vencemos, mas ficou um gosto de quero muito mais. A maneira de o Brasil jogar não o credencia a vencer a Espanha, verdadeiro bicho papão. Num possível confronto, hoje, tomaríamos uma sapatada, uma chinelada espanhola. Jogando como jogamos, contra a Espanha, é pouco, mesmo com Neymar.

Tags : Brasil


A Espanha não joga futebol, joga bilhar.
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Luiz Ceará

Itália e México mostrou a dificuldade que o Brasil vai enfrentar. O México é um time perigoso o tempo todo e não pipoca. A Itália é mais moderna do que já foi um dia. Toca a bola e tem jogadores excepcionais. Pirlo, Balotelli e Cia mostraram uma seleção diferente, sem medo de ser feliz dentro de campo. Não é mais aquele time pragmático, se defendendo o tempo todo e saindo na boa. Não, não é mais assim. A Itália vai em direção ao gol com sede e fome. E tem a bola para de Pirlo, monumental. E tem a marra de Balotelli, um astro no sentido amplo. Procurou o gol e até achar. Achou.Chicarito Hernandez marcou de pênalti o gol dos mexicanos.

No outro clássico a Espanha alugou a bola e meteu 2 a 1 no Uruguai. Sem problema, administrando o jogo ao seu modo. Tocando, tocando e tocando. Um escândalo esses espanhóis.

Um gol de Pedro ao estilo Neymar. Um bambu de fora da área. A bola bateu em Lugano e enganou o goleiro uruguaio. No segundo, como num jogo de bilhar Fabregas meteu Soldado milimetricamente e 2 a 0. Um baile no primeiro tempo.

Outro, sem chances no segundo, a não ser pelo gol solitário, de falta e com grande categoria de Luis Soares quando o juiz se preparava para apitar o final.

Ocorre que a Espanha, mesmo com jogadores em final de temporada sobra contra a maioria das seleções do planeta. E só tem um problema. É de identidade.

Os jogadores não sabem se gostam de futebol ou bilhar. Ficam mais de 70% do tempo de jogo com a bola, não erram passes e muito mais que isso, acertam jogadas milimétricas. Assim não dá.


O Brasil entrou em campo. Bom, não excelente, mas bom.
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Luiz Ceará

A partir de hoje vamos com a Copa da Confederações. O Brasil estreou contra o Japão. Japão que não é mais aquele. Eu explico.

Os japoneses sempre foram alvo de gozação, desde que me conheço como peladeiro. Desde menino. O papo era assim: chutou errado? – Parece japonês, meu? Era assim.

Não é mais. Hoje, dos 23 jogadores da delegação japonesa, 14 jogam na Europa. Era esperado um time rápido e eficiente, marcador e que iria marcar forte o Brasil Jogar no nosso erro. Sem medo.

E foi assim que eles se portaram. Mas tomaram um gol logo aos três minutos e a maionese dos japoneses desandou um pouco. Por que? Porque eles levaram um susto, a até haver a me até acabar o medo de uma goleada, passou um tempinho precioso.

Mas atenção: Eles foram à frente e marcaram muito bem a seleção. Foi sim, no primeiro tempo um resultado justo, por que o Brasil foi o dono do tempo com a bola nos pés. Mas se esperava mais de Neymar, pouco acionado e bem marcado. Se esperava mais de Oscar, que sumiu no jogo. Vamos para o segundo tempo.

E logo de cara aconteceu o que nós brasileiros sabíamos que ia acontecer. A chegada de Paulinho. Aos 3 minutos ele fez 2 a 0. Sensacional esse Paulinho.

E deu tempo ainda da entrada de Jô, rápido e matador. Ele recebeu uma bola metida por Oscar de forma genial e fez 3 a 0.

Oscar, Neymar,Jô, Lucas, defesa toda ? Bem, não excelente, mas bem.

Fred e Hulk? Não vieram jogar.

Os japoneses? Boa seleção e vai dar calor nas outras.


Maurício Noriega, Balotelli e eu.
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Luiz Ceará

Li este post no Facebook, comentário do Maurício Noriega, comentarista do Canal Sportv. Fera, observador, malandro no bom sentido, o que sabe enxergar através do vidro embaçado. Ele sacou o que eu venho pensando e conversando com meu parceiro Juarez Soares. Só que eu não escrevi a respeito, então peço licença ao Nori pra completar o texto dele com o que eu penso a respeito desses fatos

Maurício Noriega disse:
Brincadeiras à parte, existem algumas situações que me fazem refletir. Domingo, em Porto Alegre, os jogadores da seleção francesa foram passear no Parcão horas antes do jogo com o Brasil. Não vi, mas ouvi relatos dos companheiros da sempre fantástica Rádio Gaúcha de que interagiram e se divertiram. Vi hoje matérias retratando um futevôlei entre Mario Balotelli e Stephan El Shaarawy nas areias da Barra. Há imagens de ambos tirando fotos com fãs brasileiros e andando calmamente pela bela orla carioca.
Aí eu me pergunto algumas coisas. Será que eles fariam isso, os franceses nos Jardins de Tuileries, e os italianos na Piazza di Spagna?
Sinceramente, não sei dizer.

Eu também acho que não seria possível tamanha exposição no dia a dia, mas lembro que os jogadores brasileiros, não todos, passeavam nos dias de folga pelos Shopping em Johanesburgo. Dava um pouco de trabalho, mas eles estavam por lá.

Mas o que eu quero dizer na verdade, é que podem estar maio que à vontade demais. Ou isso é pelo final de temporada momento em que ninguém aguenta mais treinar ou pra disfarçar, fazer de conta que não estão muito preocupados com o que vem pela frente.

O certo é que os grandes ídolos não podem mesmo sair sozinhos, nem aqui nem em lugar nenhum do mundo. O caso de Balotelli é que ele é um negão do bem, querido até porque é marrento, sujeito bem ao gosto do brasileiro. Eu mesmo gostaria de falar com ele. Balotelli é um Romário grandalhão, que na verdade joga muito menos do que o baixinho jogava, mas que faz o mesmo barulho.

Tags : Balotelli


Pato tem que chamar a bola de meu amor, sem violência com ela.
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Luiz Ceará

Hoje nós discutimos no Bola Dividida, programa de esporte da RedeTV a questão dos gols perdidos, ou das defesas milagrosas no jogo entre o Corinthians e o Cruzeiro. Os protagonistas são Alexandro Pato e Fabio, o goleiro do Cruzeiro.

Juarez Soares e Silvio Luiz afirmaram categoricamente que o goleiro Fabio defendeu o que seriam pelo menos três gols de Pato.

Eu discuti e firmei o pé em conversas que tive ao longo dos anos de reportagens e de conversas com atacantes que me indicaram que o gol se faz com certa facilidade quando o atacante “tira a bola” do goleiro e não quando ele simplesmente chuta para o gol.

Zenon, mestre com a bola nos pés me disse que você não deve chutar no gol, mas para fazer o gol. E aí existe uma grande diferença na hora da comemoração. Quem chuta no gol pode fazer o gol, mas quem chuta para fazer o gol geralmente faz. E comemora.

Romário uma vez me disse que sempre tirou do goleiro e os gols que ele fez mostram isso claramente. Sem chutão, Sem dificuldade, sempre bem colocado, às vezes desaparecido dentro da área. Onde ele está? Lá, fazendo o gol. Foi o maior que eu vi lá na zona do agrião, espaço sagrado dos centroavantes fazedores de gols. A chamada pequena área, que é do goleiro só para ir buscar a bola no fundo do gol. Romário, Evaristo de Macedo, Reinaldo, Serginho, Careca, para citar alguns.

Muito bem, fui criticado e o assunto deu confusão. Não mais que de repente aparece no vídeo Evair, uma lenda da pequena área. Estava no Palmeiras com o repórter João Paulo, meu parceiro. Esperto ele logo entrou no assunto. E Evair, do alto de sua confiabilidade em se tratando desse assunto finalizou Silvio Luiz e Juarez Soares com um só golpe. Ele disse: “Não é força, é jeito”.

Acabou o assunto e ficou a lição para Alexandre Pato.

Meu garoto, mata a bola como você matou, com categoria tirando os zagueiros da jogada, mas tenha calma e carinho com a gorduchinha. Diga naquele momento o que ela mais gosta. “Meu amor, vou te mandar com carinho lá pra dentro do gol, não vou te chutar forte, vai ser colocadinho, nem vai doer”.

Ela vai te obedecer.

Tags : Pato