Errei feio.
Luiz Ceará
Luis Fabiano era Fabiano aqui em Campinas. Minha melhor recordação dele é que cometi um grande erro de avaliação. Ele jogava nas categorias de base da Macaca, a Ponte Preta.
“É um jogador lento, passadas largas. Não vai dar em nada”, eu escrevia numa coluna no Correio Popular, o grande jornal da cidade.
Meus amigos, mais precisamente o diretor de futebol da Macaca, Marco Eberlin, o que descobriu Fabiano na várzea me dizia que eu estava errado. “Você acerta muito, mas com relação ao Fabiano você está errado. Ele é craque, joga muito”, falava o melhor dirigente que eu conheci.
Ele subiu para o time de cima e eu, fiel aos meus instintos, continuava a falar que “Fabiano era lento, passadas largas, não vai vingar”.
Ele foi vendido para o São Paulo, menino ainda, acredito dezessete para dezoito, pouco mais. Foi aí, vendo Fabiano jogar pelo tricolor que eu vi o tamanho do meu erro de avaliação.
Ele tinha passadas largas, o que dava velocidade diferente. Não era lento, nunca foi. Técnico, fazia o que queria com a bola. Faro de gol, matador.
Quando dei por mim, Fabiano era Luis Fabiano, um craque. Eu estava errado.Estava, porque voltei atrás que não sou burro.